O Presidente do PSD de São Brás de Alportel, diz que o Presidente da Câmara Municipal, referiu-se à reabertura da totalidade das camas para reabilitação no Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul (CMR Sul), para doentes Covid-19, que estiveram sujeitos a ventilação mecânica como: "Um dia feliz!".
Para o social democrata, Bruno Sousa Costa, «fará todo o sentido, aproveitar o piso superior do serviço de internamento que funcionava "a meio gás" e as 27 camas que se encontravam desocupadas há mais de 6 anos, pela falta de médicos especialistas, enfermeiros, terapeutas, auxiliares, materiais e equipamento técnico».
Frisa, contudo, que o motivo que origina a “felicidade” do presidente da autarquia, «é proveniente de uma necessidade premente, fruto de uma situação pandémica que levou o Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) a ver a oportunidade num conjunto de camas vazias, tal como aconteceu no final de 2017, quando o Hospital de Faro alojou doentes com Gripe (já na altura com o SNS da região em pré-colapso)».
Em comunicado, o PSD fala de uma situação de resposta urgente de reabilitação dos doentes Covid-19 «sendo que, por um lado é positiva esta possibilidade e se consegue tratar os doentes, mas por outro trata-se mais uma vez de uma solução de recurso, temporária e não permanente».
No mesmo documento é criticado o facto de «doentes se encontrarem numa lista de espera de cerca de 5 meses, pessoas que sofreram AVC’s, traumatismo crânio-encefálicos (TCE), lesões medulares, entre outras patologias, que desesperam por respostas médicas imediatas para que a terapêutica seja eficaz, vendo constante e sucessivamente a sua assistência a ser adiada, quando deveria o CMR Sul ter todas as potencialidades necessárias para dar uma resposta rápida e especializada a esta necessidade permanente».
Na qualidade de Vereador, Bruno Sousa Costa adianta no mesmo documento, que no dia 1 de setembro do ano passado, solicitou a presença em reunião de câmara do administrador do CMR Sul para perceber a situação atual daquele serviço «que atestava o agravar de um conjunto de lacunas ao nível de terapêuticas e ainda falta de equipamentos para proteger os seus profissionais à Covid-19, reunião que 6 meses volvidos não aconteceu, tendo sido referido a 8 de fevereiro deste ano pelo Presidente de Câmara, que o centro já estaria a ser ocupado por doentes Covid-19 na altura sem qualquer “propaganda” pública».
O representante do PSD na câmara, questiona se numa unidade onde se conseguem verdadeiros “milagres”, em que doentes com prognósticos de mobilidade muito reduzidos conseguem recuperar grande parte da sua autonomia, é importante perceber se as lacunas mencionadas estão colmatadas?
Perceber se estas camas continuarão abertas quando terminar a situação pandémica que vivemos?
Perceber se quando a actual crise for ultrapassada o CMR Sul manterá a sua actividade em pleno ou se, mais uma vez, assistiremos à desativação de camas e à redução da resposta à região no que respeita a cuidados de saúde e à reabilitação física?
Perceber se a falta de médicos especialistas, enfermeiros, terapeutas, auxiliares, materiais e equipamento técnico fica de agora em diante resolvida e que a consideração de um “um dia feliz” não seja mais um aproveitamento político de um facto fatídico da nossa história ou de uma falta de alternativa provida pelo CHUA e por este governo que continua a adiar a construção do novo Hospital Central?