A QRER – Cooperativa para o Desenvolvimento dos Territórios de Baixa Densidade, manifesta em comunicado, solidariedade a todos aqueles que foram afetados pelo incêndio que lavrou na freguesia de São Marcos da Serra, concelho de Silves, nos passados dias 25 e 26 de julho, "perdendo bens e formas de sustento, em muitos casos, fruto do trabalho de uma vida".
Segundo a cooperativa, em apenas dois dias, foram consumidos pelas chamas, mais de 14km 2, quase 10% da área total da freguesia.
A QRER presta homenagem a todos quantos estiveram envolvidos no trabalho de combate ao incêndio e no apoio às vítimas na fase ativa do incêndio e lembra que o reconhecimento da relevância ambiental e cultural deste território, "agora tragicamente afetado" (repetindo-se o que aconteceu em 2016), levou a implementar nesta zona do concelho de Silves, o projeto “Rio Arade: percurso das fontes Boião-Azilheira”.
Com a inauguração do percurso pedestre em fevereiro de 2020, desenvolveu-se um trabalho de sensibilização junto do público em geral e dos agentes responsáveis pela gestão do território para a relevância da serra nas regiões do Algarve e do Baixo Alentejo e para a necessidade de proteção e preservação dos valores paisagísticos em causa - valores humanos, naturais e culturais.
Com mais este incêndio, a QRER considera que é "inadiável" a adopção de medidas quer a curto, médio e longo prazo.
No caso das medidas de apoio imediato às vítimas do incêndio, manifesta preocupação, atendendo a que a lei em vigor apenas responde às necessidades das vítimas dos incêndios florestais que ocorreram em Portugal no verão de 2017, deixando sem enquadramento legal as vítimas de ocorrências posteriores a essas datas, incluindo as de 2022.
Para a cooperativa, importa esclarecer quais os mecanismos atualmente disponíveis para que as instituições públicas nacionais, regionais e municipais competentes garantam a prestação de auxílio às vítimas do incêndio de São Marcos da Serra, em matéria de: habitação (reconstrução ou recuperação de habitações), saúde (apoio psicossocial), proteção e segurança, rendimentos agrícolas, pecuários ou florestais atingidos, recursos e património natural e cultural afetados, com vista a agilizar e a colocar no terreno uma equipa interdisciplinar para identificar os danos causados e a célere prestação do apoio devido.
Neste sentido, a QRER expressa total disponibilidade para contribuir "ativamente" para a identificação, avaliação e implementação das medidas a adotar, dentro do seu quadro legal de atuação.