Família

Quando amamos, somos honestos e verdadeiros

 
Defendo que, quem ama diz a verdade, não só porque sente essa necessidade interior, como não tem benefícios em mentir ou enganar o outro.

 
Os pais que amam os filhos, sabem adequar a verdade às suas diferentes etapas de desenvolvimento e pautam a sua relação familiar pela honestidade.
 
O casal que se ama procura um entendimento baseado na verdade. Expressa o que sente e consegue encontrar uma harmonia entre os seus gestos e as palavras.
 
É sobre esta base que afirmo que, quem ama não trai, quem ama, não mente e, de nada nos serve querermos mascarar a realidade quando é muito fácil que o outro nos desmascare e nos devolva aquilo que estamos a mostrar ou a tentar esconder.
 
Temos sempre de ter em conta que, as relações humanas se processam através de espelhos que se refletem mutuamente. O que damos ao outro, será o mesmo que ele nos vai devolver. Neste sentido, quando damos amor verdadeiro, carinho e compreensão, naturalmente que vamos colher os mesmos sentimentos de quem nos ama. É por essa razão que, digo muitas vezes que os gestos valem por mil palavras, já que não precisamos de dizer a toda a hora que gostamos de alguém, por vezes, basta um sinal, um gesto, uma troca de olhares ou de algo que aproxime as pessoas e que lhes valide os sentimentos.
 
É verdade que, quando não somos honestos connosco próprios, também não o conseguimos ser com o outro, mais uma razão pela qual é fundamental reservarmos um tempo diário para nós mesmos; para pensarmos, analisarmos aquilo que nos passa pela mente, pois é esse tempo precioso que nos ajuda a encontrar o mais importante de tudo na vida: o que verdadeiramente somos e sentimos.
 
Sou muito crítica em relação à constante procura de teorias de orientação para isto ou para aquilo porque acredito que, o mais importante de tudo é conseguirmos encontrar dentro de nós a nossa verdadeira essência, aquilo que nos move e orienta no mundo, aquilo que nos afasta de umas pessoas para nos permitir sermos mais livres e felizes com outras.
 
Penso que temos tudo dentro de nós, apenas precisamos de tempo e de liberdade para “nos ouvirmos” e percebermos aquilo que o nosso inconsciente nos diz.
 
Perdemos demasiado tempo à procura de estímulos do exterior quando, é dentro de nós que tudo se organiza e processa. Claro que precisamos de outros humanos para aprendermos, para pensarmos e para evoluirmos. É um facto que os outros nos ajudam e muito a sermos quem somos, mas precisamos de um tempo e um espaço de encontro pessoal para podermos encontrar, analisar e arrumar, aquilo que recebemos no nosso quotidiano.
 
Precisamos de estar esse tempo connosco e com as nossas emoções, encontrar os nossos planos, os nossos sonhos, os nossos medos, forças e fragilidades e, isso não precisa de qualquer orientação, precisa somente de liberdade, de bem-estar e de aprender diariamente a gostar de estar consigo mesmo, nem que seja durante alguns bons minutos. Isto é amor-próprio, é prazer em estar bem connosco e com a vida e, aprende-se todos os dias a apreciar mais este tempo e os momentos que nos dedicamos a nós mesmos. Cuide-se com carinho, pois você merece amar e ser amado!
 
Fátima Fernandes