Curiosidades

Quanto mais gostar de si, mais gente gostará!

 
Dentro de cada um de nós existe a preocupação de que mais pessoas aprovem o que somos e o que fazemos.

 
Isso é um processo inato e que está ligado ao facto de querermos parecer bem, de agradarmos a mais gente, de nos sentirmos mais confiantes e amados e, no fundo, validarmos a nossa socialização. No entanto, para muitas pessoas isso parece um verdadeiro drama, na medida em que não sabem o que fazer para colher melhores resultados e se relacionarem melhor com os outros, o que faz desencadear baixa autoestima e sentimentos negativos.
 
De acordo com a minha experiência digo que o segredo é simples: quanto mais gostarmos de nós próprios, mais pessoas nos vão apreciar, isto porque é a nossa naturalidade, a nossa forma de encarar a vida, a nossa energia própria que nos torna únicos e especiais, ao mesmo tempo em que permite que os outros se aproximem. Se conseguirmos dar ao exterior uma parte do que sentimos dentro de nós, acabamos por encontrar a sintonia que pretendemos. Basicamente quero dizer que, quando estamos bem connosco próprios, quando nos aceitamos tal como somos e assumimos as nossas características positivas e negativas, estamos a ser verdadeiros, estamos mais disponíveis para conviver com as outras pessoas e o processo ocorre com relativa facilidade e naturalidade.
 
Se o leitor fizer a experiência de chegar a uma festa com um leve sorriso, ombros direitos e cabeça erguida, vai perceber a facilidade com que entra num grupo, com que recebe um elogio, com que é aceite mesmo por pessoas que não conhece bem. Se pelo contrário, entrar num local de ombros caídos, mal-humorado e fechado em si mesmo, terá muita dificuldade em se relacionar com alguém, pois mesmo aqueles que lhe são familiares vão ter dificuldade em conviver consigo, em dizer algo com medo da sua reação.
 
Isto não quer dizer que tenhamos de mostrar aquilo que não somos e que não sentimos, mas traduz um certo grau de respeito e consideração pelas pessoas que estão num determinado local. Se temos vontade de ir e de estar com essas pessoas, será muito mais fácil soltar essa nossa vontade se, pelo contrário, estamos contrariados, de mau humor, num dia chato, mais vale que não vamos e que sejamos sinceros com os outros mostrando que, nesse dia não somos boa companhia. Isto é gostar de nós mesmos, é gostar dos outros e é manifestar respeito de parte a parte.
 
É neste sentido que afirmo que, quando estamos de bem com a vida ficamos mais luminosos, mais sociáveis, mais libertos e mais capazes de mostrar o que realmente somos. Quando estamos numa fase menos positiva devemos respeitar o nosso organismo e proteger-nos de algumas situações. É tão fácil aceitar como declinar um convite, temos é de ter autoestima suficiente para saber aquilo que queremos ou não fazer num determinado momento. Não é vergonha alguma dizer que não estamos disponíveis, que não temos tempo ou que, nesse dia não nos dá jeito ir à situação. Quando estamos bem, aceitamos e comportamo-nos em conformidade com a ocasião. Tomando esta consciência passa a ser um processo inato e natural em nós e, tal acontece quando somos capazes de dar importância ao “não”. Repare o leitor o quanto é mais fácil recusar uma festa do que fazer um tremendo sacrifício em ir. É muito mais agradável ir quando estamos bem, não é verdade? Não damos uma impressão negativa só porque estamos num daqueles dias menos positivos e respeitamo-nos também, reservando o direito de estarmos connosco próprios ou com alguém que nos possa ajudar nessa ocasião.
 
Se habituarmos os outros a aceitar o nosso “não”, estamos a mostrar que gostamos de nós mesmos, deles e que os respeitamos. Em meu entender é uma profunda falta de respeito fazer por fazer, pois todos vão perceber e ter uma má impressão a nosso respeito. Esta é uma regra para sermos mais aceites, respeitados e acima de tudo, para mostrarmos o quanto nos estimamos e tratamos com carinho. Penso que vale a pena pensar nisto e fazer um pequeno exercício antes de aceitar: pensar se isso é mesmo importante, se nos faz sentido, se é o que nós queremos. Ao mesmo tempo, pode parecer simples, mas é uma grande prova de amor-próprio e de autoestima ter essa reserva pessoal e essa capacidade de selecionar o que queremos para nós num determinado momento. Quando o fazemos, tiramos muito mais partido de quem somos, valorizamos muito mais as nossas escolhas e argumentamos melhor face as situações e claro, que teremos muitas mais pessoas a gostarem de nós, pois estamos bem com elas em consequência de estarmos bem connosco próprios.
 
Somos muito mais seguros quando temos o controle sobre a nossa vida e as nossas decisões, quando temos os nossos argumentos e opiniões, por isso, goste de si para poder gostar dos outros e… colha os resultados dessa forma inteligente de estar na vida!
 
Fátima Fernandes