Curiosidades
Quer livrar-se de memórias dolorosas? Siga estes 4 conselhos
Muitas vezes não temos noção do quanto o passado nos impede de seguir em frente, de nos sentirmos mais libertos e felizes.

 
Por muito que acreditemos que o tempo tudo cura e que, mais cedo ou mais tarde nos iremos esquecer, na realidade isso pode demorar meses, anos ou décadas, razão pela qual existem formas estudadas que facilitam o processo e que apresentaremos mais adiante.
 
É importante ter em conta que, as experiências impactantes, ainda mais quando traumáticas, têm o poder de nos afetar a nível neurológico e de deixar resíduos no corpo e na mente que podem perdurar ao longo de vários anos, nesse sentido, as memórias de tais acontecimentos podem influenciar-nos tanto neurológica como psicologicamente, estando conscientes ou não desse facto. Aprender a viver com os efeitos dessas experiências pode ser difícil, mas não é impossível, independentemente do quão impactante algo tenha sido na sua história, o importante é que ouse fazer uma viagem ao seu interior, procure conhecer-se e encontre as suas próprias ferramentas para se libertar dessas lembranças dolorosas, pois não há uma técnica infalível para todos porque não há duas experiências de vida iguais. Cada pessoa tem de se esforçar por se conhecer e cuidar carinhosamente por muito que possa pedir ajuda técnica ou realizar o processo sozinha.
 
O primeiro requisito para se libertar dessas memórias é aprender a identificá-las, assumi-las e enfrentá-las, para depois passar à fase da transformação: a fase em que encontra novos argumentos e respostas para aquilo que lhe aconteceu. Será sempre com a visão do presente que vai analisar o passado e colocá-lo no seu devido lugar, por isso confie nas suas capacidades e força para “dar um choque de lucidez” a essas memórias.
 
Para facilitar a tarefa reunimos 4 passos que pode seguir nesse caminho de luta pelo seu autoconhecimento e descoberta de memórias traumáticas, evidenciando que dá trabalho, que requer treino diário e persistência, bem como muita motivação e vontade de superar o passado para poder dar um passo em frente no presente.
 
1- Trabalho cognitivo
 
Comece por reconhecer os sintomas físicos do trauma emocional.tenha em conta que as experiências negativas podem deixar resíduos físicos indicativos do trauma emocional. Certifique-se da presença de alguns destes sintomas que podem indicar marcas físicas dessa situação traumática: dificuldades em dormir devido a pesadelos ou insónias, batimentos cardíacos acelerados ou irregulares, dores físicas em todo o corpo, assustar-se com facilidade, fadiga, problemas de concentração, agitação, um constante estado de alerta e tensão muscular. É de anotar que, estes sintomas  podem ser sinais de ansiedade relacionada a memórias dolorosas do passado, pelo que,  trabalhar a ansiedade e aprender como lidar com ela pode ajudar a minimizar os efeitos das memórias dolorosas na sua vida diária.
 
2- Procure compreender a memória negativa e qual o impacto que tem na sua vida
 
O primeiro passo a ter em conta é descobrir a forma como as memórias dolorosas podem estar a afetar a sua vida atual. Como as experiências passadas de grande impacto podem surtir efeitos a nível neurológico e psicológico mais subtis, a pessoa nem sempre tem noção de como as marcas negativas lhe podem estar a afetar a vida no presente. Neste sentido, importa ter em atenção que, embora todas as suas atitudes e ideias atuais tenham sido influenciadas, até certo ponto, por comportamentos passados, aquelas que trouxeram memórias dolorosas geralmente podem afetá-lo mais do que outras. Por exemplo, uma pessoa que tem medo de água, certamente que terá dificuldades em ir à praia, estar perto de rios, lagos e barragens sem que muito bem saiba que isso se refere a uma experiência negativa do passado.Será através dos elevados níveis de ansiedade que se irá aperceber desse trauma em determinadas situações.
 
Assim, torna-se importante perceber como essas memórias dolorosas podem estar a afetar a sua vida no presente para entendê-las, aceitá-las e incorporar esses efeitos no quotidiano.
 
Para descobrir em que áreas tem sido impactado, esteja atento às suas reações nas mais diversas situações. Pense em quaisquer mudanças perceptíveis que tenha notado em si mesmo entre a época do trauma e as suas atitudes de agora. Caso não tenha notado as mudanças por conta própria, pergunte às pessoas em seu redor se tem agido de forma diferente ou se viram alguma transformação comportamental que possa advir das áreas afetadas por aquelas memórias
 
3- Trabalhe a ansiedade
 
Sempre que sentir ansiedade em situações que lhe trazem lembranças dolorosas, trabalhe-a. Identifique essas memórias como gatilhos e faça experiências com o que está a acontecer, em vez de apenas alienar-se completamente da situação. O objetivo é saber prestar atenção ao momento em que a ansiedade aparece. Quando for o caso, concentre-se nos aspectos da situação que pode controlar, como a respiração, para se desacelerar o suficiente a ponto de não mais se sentir oprimido.
 
É importante realçar que, como a respiração é uma das poucas coisas sobre a qual se tem mais controle, e por estar conectada a tantos processos fisiológicos diferentes no corpo, aprender a controlá-la pode ser uma ótima forma de minimizar a ansiedade quando ela surgir. Também pode ser bastante útil tornar-se mais consciente de si mesmo e do mundo à sua volta. Comece por fazer estes exercícios sozinho em casa e, aos poucos, tente realizá-los nas mais variadas situações pois só assim se sentirá cada vez mais seguro, estável e com o controlo das situações.
 
4- Coloque o foco no futuro
 
Todos bem sabemos que viver no passado e no meio das memórias negativas não é recomendável nem saudável, por isso, é tempo de se concentrar no futuro. Qualquer pessoa que se concentre apenas no passado, não conseguirá progredir, melhorar e fazer a sua vida avançar porque está preso, oprimido no meio dessas lembranças.
 
Invista em atividades que o ajudem a manter o foco no presente ou no futuro. Faça planos para um fim de semana com amigos, pense na poupança para as férias ou, ainda, lembre-se da carreira ou dos objetivos de vida que ainda precisa atingir. Qualquer pensamento positivo pode ajudá-lo a manter o foco longe do retorno às memórias dolorosas.
 
Tenha em atenção que, se ainda estiver preocupado com as mudanças que poderia ter feito no passado e que não fez, opte por pensar no que já fez depois disso e no que já conseguiu. Concentre-se naquilo que conquistou como suporte para aliviar aquilo que não foi capaz de fazer.
 
Fátima Fernandes