Família

Quer ter filhos mais responsáveis? A psicologia fornece-lhe 9 truques práticos

 
Em primeiro lugar, é fundamental ter em conta que, a responsabilidade deve ser praticada pelos pais para depois ser reproduzida pelos filhos através do exemplo.

Naturalmente que, os pais responsáveis terão muito mais facilidade em transmitir esse valor aos seus filhos. O processo é longo, exige determinação e muito empenho de parte a parte para que seja eficaz, por isso, a psicologia lança estes 9 truques práticos que podem fazer toda a diferença na educação dos mais novos e que se vai refletir nas etapas de vida seguintes.
 
Tendo por base uma publicação de O Incrível.club, listamos esses truques deixando sempre em aberto para os pais a aquisição de novas técnicas com vista a alcançar os mesmos objetivos. Boa sorte!
 
1- Comece desde a infância
 
Para que se construa uma postura responsável perante a vida, é necessário que se crie esse hábito desde cedo e que o mesmo decorra de uma forma contínua e coerente. Nesse sentido, os especialistas recomendam que os pais tentem fazer com que os filhos realizem algumas tarefas de casa desde a infância. Para os entendidos na área da psicologia, os mais novos devem começar esse pequenos trabalhos aos 2 anos de idade, onde lhes deve ser pedido para arrumar os seus brinquedos como forma de aprenderem a cumprir as suas responsabilidades. Dessa forma, os mais pequenos vão desenvolver esse hábito desde cedo.
 
Neste ponto, é fundamental que a criança entenda a tarefa como um prazer e não uma obrigação, uma imposição ou algo desagradável. De forma positiva e, com o exemplo dos pais a realizarem as suas tarefas, tudo será mais fácil.
 
2. Aceite sempre a ajuda dos seus filhos
 
É natural que a criança queira ajudar a realizar algumas tarefas, mesmo que não sejam para a sua idade. Tenha uma boa dose de compreensão e paciência e aceite essa colaboração ajustando a mesma à idade do mais pequeno.
 
Alguns estudos demonstram que,  quando os pais aceitam a ajuda dos filhos em pequenos, esse será um gesto voluntário para toda a vida, especialmente na adolescência porque o hábito já está instituído.
 
3. Naturalize as atividades, dando o exemplo
 
Há uma frase popular que diz “as palavras convencem, mas o exemplo arrasta”, e os psicólogos concordam. Tente  apropriar-se dela e, tendo-a em mente, cumpra as suas próprias responsabilidades em casa. Ensine as crianças com o seu exemplo que uma tarefa cumprida e bem-feita é um motivo de satisfação.
 
Além disso, os pais podem incluir os filhos nas suas palavras, utilizando mais vezes o “nós” vamos fazer isto ou aquilo, como forma de as envolver e motivar nas tarefas. Desse modo, os mais novos sentem que fazem parte da casa para as suas brincadeiras, mas também para as suas responsabilidades e tarefas.
 
4. Atribua tarefas apropriadas para a idade das crianças
 
É importante para os pais e para as crianças gerir as suas próprias expectativas. Não espere que uma criança de 2 anos faça as mesmas atividades que uma de 5, muito menos com a mesma força e sucesso, pois as suas conquistas dependem do seu desenvolvimento. Para que tenha mais paciência e compreensão, é necessário que posicione a criança no seu estágio de desenvolvimento, caso contrário, nem vale a pena ter a criança por perto.
 
Cabe aos pais que são os educadores e os mais velhos, perceber aquilo que a criança pode fazer em cada idade e sugerir a sua ajuda. Certamente que a criança vai querer fazer qualquer coisa. Ajude-a a orientar-se e organizar-se melhor decidindo as tarefas que poderá fazer. Opte pelo mais simples e elementar para depois poder aumentar o grau de dificuldade.
 
5. Especifique os seus pedidos explicando o que deve ser feito passo a passo
 
O pedido geral “arruma o teu quarto” pode não ser muito claro para crianças pequenas. Dependendo do tamanho da criança, os psicólogos sugerem especificar tarefas em etapas concretas para que a criança entenda rapidamente o que os pais esperam que faça. Em vez de mandá-la “arrumar o quarto”, a mãe ou o pai pode pedir para colocar os livros na estante, guardar os sapatos no armário, recolher os materiais escolares e organizá-los no estojo. Se necessário, ensine-a como terminar cada tarefa - somente se ela não puder fazê-la sozinha.
 
6. Utilize um quadro de tarefas
 
Neste quadro, deverão ser colocadas as tarefas de toda a família com o respetivo nome. Esta é uma técnica que facilita a organização da casa e permite que, rapidamente cada um saiba aquilo que tem para fazer, para além de ser um passo importante para o sentido de responsabilidade de todos em pé de igualdade.
 
Dessa forma, é possível manter a casa arrumada, o que é essencial, pois as crianças desenvolvem-se melhor com uma vida em ordem.
 
Além disso, o quadro permitirá que cada elemento da família coloque um sinal quando terminar a tarefa. Desta forma, cada um saberá sempre se está a cumprir aquilo que lhe é proposto. Depois, todos juntos podem avaliar o cumprimento das atividades e escrever as novas tarefas da semana ou do dia, como preferirem.
 
7. Não dê recompensas aos seus filhos quando terminam as tarefas
 
Os psicólogos alertam para a importância de incentivar as crianças, de as motivar para fazer melhor e de forma divertida. Ao darmos uma recompensa, estamos a retirar a parte educativa da tarefa e o princípio da responsabilidade que deve ser partilhado por todos em casa. Pais e filhos trabalham para ter a casa limpa como recompensa, não para ambicionar algo só para si. Neste sentido, é fundamental tornar as tarefas interessantes para todos, aumentar o grau de dificuldade e ter uma postura motivadora capaz de mobilizar toda a família.
 
8. Agradeça e incentive
 
Embora não seja aconselhável recompensar as crianças após uma tarefa bem-feita, é vital agradecer e reconhecer o seu esforço. Recorra a elogios como “bom trabalho!”, “Mesmo gostando menos, fizeste um bom trabalho!”, “O teu quarto está bem arrumado, parabéns!” Os especialistas explicam que esses elogios vão reforçar positivamente o hábito de cumprir as suas responsabilidades, aumentando a autoconfiança das crianças e motivando-as para fazer sempre mais e melhor. Não nos esqueçamos de que, as crianças adoram agradar os pais, pelo que, se estes se mostrarem satisfeitos com o desempenho dos filhos, mais facilmente os mais novos vão assumir as suas tarefas e responsabilidades.
 
9. Ensine as consequências de não cumprir as tarefas
 
Trata-se de ensinar as crianças não apenas a realizar tarefas em casa, mas também a desenvolverem o seu sentido de responsabilidade.
 
Estes exemplos servem para as crianças, para os jovens e terão reflexos importantes na vida adulta. Neste sentido, é necessário mostrar que, se os deveres não forem cumpridos, o natural é que haja consequências, algo que acontecerá quando forem adultas. Quem não estuda, não terá um emprego e uma forma de sustento, quando não somos organizados, temos dificuldade em nos relacionar com os outros e daí por diante.
 
O objetivo, explicam os psicólogos, é estabelecer disciplina, que, posteriormente, as crianças possam transformar em autodisciplina. Se os filhos não querem guardar os pincéis, a plasticina as cartolinas e o giz, por exemplo, explique que não poderão brincar mais tarde. Se se esquecem de levar os seus ténis para a escola, não saia do trabalho para ajudá-los. Deixe as consequências naturais da sua falta de responsabilidade aparecerem, já que será dessa forma que os mais novos vão aprender o sentido de responsabilidade e a razão de cumprirem as suas tarefas, concluiu a mesma publicação.
 
Fátima Fernandes