A vacinação contra o vírus do papiloma humano, responsável por uma das infeções de transmissão sexual mais comuns em todo o mundo, iniciou-se em outubro de 2008, com a administração de 3 doses às raparigas com 13 anos de idade.
No âmbito das comemorações do décimo aniversário da integração da vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV) no Programa Nacional de Vacinação, assinalado pela Direção-Geral da Saúde a 5 de novembro, a ARS Algarve congratulou-se pela boa adesão das raparigas e famílias à vacinação, que se reflete nas taxas de cobertura e vacinação conseguidas, nomeadamente cerca de 90% para a 1ª dose e de 80% a 85% para a segunda dose.
No encontro comemorativo, organizado pela Direção-Geral da Saúde e que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi salientado e louvado o trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde ao longo destes 10 anos, sem o qual não teria sido possível alcançar estes resultados, diz comunicado da ARS.
A vacina destina-se especificamente à prevenção de lesões pré-cancerosas e cancro do colo do útero e ainda da vulva, vagina e ânus. Previne ainda as verrugas genitais associadas aos genótipos contidos na vacina.
O cancro do colo do útero é o segundo tipo de cancro mais frequente na mulher e, em quase 100% dos casos, está relacionado com uma infeção anterior por vírus do papiloma humano, conforme explica a ARS.
Em janeiro de 2009 iniciou-se simultaneamente uma Campanha nacional de vacinação destinada às jovens nascidas em 1992, 1993 e 1994, e que foram vacinadas respetivamente em 2009, 2010 e 2011.
Em 2014, a vacina HPV passou a ser recomendada no âmbito do Programa Nacional de Vacinação às raparigas dos 10 aos 13 anos de idade e num esquema de 2 doses.
Entretanto, a evolução tecnológica, permitiu colocar no mercado uma vacina HPV nonavalente (HPV9), que passou a conferir proteção contra nove serotipos do vírus, o que aumentou a proteção para cerca de 90% dos tipos de vírus do papiloma humano associados ao cancro do colo do útero e contra outros cancros anogenitais.
A vacina HPV9 foi introduzida em 2017 no Programa Nacional de Vacinação para administração às raparigas de dez anos de idade, de forma a otimizar o seu grau de proteção.
A vacinação contra o vírus do papiloma humano e o rastreio regular do cancro do colo do útero em todas as mulheres permitem prevenir e intervir precocemente no desenvolvimento do cancro do colo do útero.
Foram vacinadas 750 000 raparigas nos últimos dez anos em Portugal, encontrando-se Portugal entre os países com melhor resultado do mundo em termos de vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano.