Sociedade

Realizada manifestação em Portimão contra a "degradação" do Serviço Nacional de Saúde

Foto|direitos reservados
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A Comissão de Utentes da Saúde, realizou esta tarde uma manifestação de protesto junto ao Hospital de Portimão que juntou dezenas de pessoas. Para a Comissão o "Algarve continua a ser uma das regiões mais afetadas pelas políticas de degradação do Serviço Nacional de Saúde".

 
As políticas de desinvestimento público, de encerramentos de serviços, de fusão e concentração de unidades hospitalares, de encerramentos e concentração de extensões dos Centros de Saúde, de racionamento de meios, são para a Comissão "marcas do ataque verificado ao longo de anos ao SNS".
 
A criação do Centro Hospitalar do Algarve, sem a construção de um Hospital Central de referência, "não melhorou a situação dos hospitais existentes", salientaram os manifestantes.
 
Em relação ao Hospital de Portimão, dizem que "os muitos problemas que tinha, não só não se resolveram, como se agravaram". Apontam exemplos: falta de condições de trabalho e atendimento, elevados tempos de espera para as consultas e cirurgias, o estado do Serviço de Urgências, ou a "gritante" falta de médicos, enfermeiros e auxiliares.
 
As criticas vão também para a situação de crianças e famílias da região do Barlavento, "que continuam sem resposta para que se assegure o seu direito a cuidados de saúde de qualidade e acessíveis, porque não há pediatras em número suficiente para que se garanta que se nasça e que se seja cuidado na unidade de Portimão".
 
No rol de queixas, os manifestantes assinalaram o mau atendimento no serviço de urgência, "com tempos de espera inaceitáveis levando ao desespero dos utentes", o internamento com doentes "amontoados" na decisão clínica no Serviço de Urgência, em condições "deploráveis" com risco acrescido de quebra de condições de higiene e controlo de infeção, a falta de enfermeiros, podendo um enfermeiro ter num turno, à sua responsabilidade, cerca de 20 doentes, pondo em causa a qualidade dos cuidados prestados, enfermeiros em exaustão física e psicológica, com aumento da incapacidade para o trabalho, a falta de material e de medicamentos, mais evidente em inicio de ano devido aos "orçamentos e leis de compromisso", falta de médicos anestesistas, com atraso "brutal" nas listas de espera cirúrgicas, falta de médicos de especialidade, atrasando as respetivas consultas, falta de enfermeiros, auxiliares e demais técnicos de saúde, a não valorização das carreiras e a degradação dos materiais, equipamentos e espaços físicos da estrutura hospitalar sem que se proceda à sua manutenção e reparação.