Esta quinta-feira, 25 de setembro, pelas 21h30, o Salão Nobre dos Paços do Concelho recebe mais uma Conferência inserida na iniciativa “Horizontes do Futuro”, Ciclo ““Antes e Depois. Para Amanhã”. António Branco, Reitor da Universidade do Algarve, apresenta o tema “A Declaração Universal dos Direitos do Homem: Um Texto Revolucionário?”.
«Há uns tempos atrás, a propósito de um texto que estava a escrever, resolvi consultar a Declaração Universal dos Direitos do Homem, proclamada no dia 10 de dezembro de 1948 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.
Essa Carta de Princípios foi, como se sabe, uma resposta internacional às atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, através da qual os representantes das várias nações quiseram estabelecer um conjunto de princípios inamovíveis de uma conceção de civilização que tem em vista a construção de um mundo cada vez mais justo, baseado no respeito por direitos básicos reconhecidos a todos os seres humanos.
Esperar-se-ia que, pelo menos na Europa e mais de sessenta anos depois, muitos dos artigos dessa Declaração nos parecessem anacrónicos, por já termos civilizacionalmente superado as carências sociais, económicas e culturais mais básicas cuja existência estiveram na base da sua redação.
Para minha surpresa, pelo contrário, uma leitura atenta desse documento revela que, à luz dos tempos em que vivemos, o texto da Declaração pode ser encarado como «perigosamente revolucionário», dada a veemência com que nela são proclamados direitos que não só, ao longo dessas seis décadas, nunca foram generalizados a todos os povos, incluindo os europeus, como atualmente estão em franca deterioração na maior parte dos países europeus, com efeitos mais devastadores nos países intervencionados, como Portugal.
A partir da leitura e análise de alguns desses artigos fundamentais, apresentarei a minha visão sobre os tempos sombrios que vivemos, dando particular relevo às áreas em que tenho exercido a minha atividade profissional» (António Branco).
Refira-se que esta iniciativa tem o cunho da Comissão Concelhia do 25 de Abril e a entrada é livre.