Cerimónia de encerramento das comemorações do 36º aniversário da Universidade do Algarve, teve lugar ontem.
Na cerimónia de encerramento das comemorações do 36º aniversário da Universidade do Algarve, que se realizou esta quarta-feira, dia 16 de dezembro, no Grande Auditório do Campus de Gambelas, o reitor António Branco falou de tempos que não têm sido fáceis para a UAlg, mas que, mesmo assim, conseguiu recuperar a quota de recrutamento regional, afirmando-se como a instituição que mais cresceu entre o conjunto das universidades portuguesas.
Fazendo uma alusão ao processo de criação da academia algarvia, que nasceu de uma iniciativa de cidadania inédita, que levou à sua aprovação em 1979, na Assembleia da República, o reitor reconheceu que “talvez hoje seja necessária outra iniciativa inédita e fortemente coletiva para a ajudar nesta já demasiado longa crise”, ao mesmo tempo que lançou um repto às autarquias, desafiando-as a criarem um programa de bolsas que premeie os jovens que decidam prosseguir os seus estudos na UAlg.
No seu discurso, o reitor evidenciou o papel "crucial" da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, a quem compete gerir as candidaturas aos fundos previstos no Programa Operacional CRESC2020".
António Branco lembrou que, “em 2010 a dotação do Orçamento de Estado cobria quase integralmente as despesas com pessoal; ora, apesar da forte diminuição do conjunto das despesas associadas ao pagamento dos vencimentos, desde 2012 aquela dotação só satisfaz cerca de 80% desses gastos. Acresce a tudo isto que a Universidade do Algarve ainda não deixou de cumprir com as suas obrigações de pagamentos aos fornecedores nos prazos legalmente estipulados ao abrigo da Lei dos Compromissos e que, até ao momento, não contraiu um cêntimo de dívida junto do sistema bancário”.
Quanto às praxes violentas, e numa referência concreta aos acontecimentos do início do ano letivo ocorridos na praia de Faro, com jovens estudantes, António Branco interrogou os presentes com a seguinte questão “como podemos preservar a alegria de receber os novos estudantes, a festa académica do acolhimento e da integração, ao mesmo tempo que repudiamos as práticas abusivas e em tudo contrárias a essa alegria do encontro?”
O reitor observou ainda que “depois dos acontecimentos de outubro, temos a obrigação de refletir e de dar à sociedade uma resposta consistente e à altura de quem somos. Independentemente do resultado dos processos disciplinares em curso, depois do grande impacto que estes acontecimentos tiveram, a sociedade está, naturalmente, de olhos postos em nós. E nós, não apenas o Reitor ou os dirigentes da Universidade, mas todos nós, temos agora uma responsabilidade acrescida a que não podemos nem devemos fugir.” António Branco “conta com todos para fazer uma ampla reforma que preserve então a alegria, mas repudie coletivamente todos os abusos cometidos em nome dela.”
Já a partir de janeiro, irá ser lançado o debate sobre duas reformas internas inscritas no nosso Plano Estratégico da UAlg e que, na opinião do reitor, “exigirão um elevado sentido de responsabilidade e de envolvimento de toda a Comunidade Académica na revisão estatutária e na restruturação da orgânica dos serviços.”