Sociedade

“Reorganização” promove despedimentos no Centro Hospitalar do Algarve

Perante a decisão da administração do CHA em colocar especialistas a realizar a sua actividade nas urgências, os médicos ameaçam despedir-se.

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A decisão de colocar especialistas a fazer consultas nas Urgências é apenas mais um “ponto contra” que está a aumentar o mau-estar no Centro Hospitalar do Algarve e que está a motivar a saída de clínicos para o sector privado.
 
Para Pedro Nunes, o abandono dos médicos está associado aos "baixos salários da Função Pública".
 
A decisão do Conselho de Administração de obrigar especialistas a fazerem consultas indiferenciadas nas Urgências veio juntar-se a outras decisões de gestão que estão a causar mal-estar entre os clínicos, que optam por exercer apenas no sector privado. 
 
É de realçar que, a colocação dos médicos especialistas nas urgências ainda não está aplicada, mas foi assumida por Pedro Nunes, administrador do CHA.
 
O mesmo responsável explicou ao CM, que se trata de uma decisão que implica uma reorganização dos recursos humanos, que pretende resolver "de vez" os problemas nas Urgências.
 
Pedro Nunes adiantou que,  "Agora, não há macas nos corredores e os atendimentos são feitos atempadamente", argumenta, acrescentando que, hoje já não tem "vergonha" das Urgências do Hospital de Faro. Além disso, defende, "os bons médicos têm de estar nas Urgências. Isso incomoda algumas pessoas e há médicos que não gostam, mas o importante é tratar bem os utentes".
 
Desde que entrou em curso a fusão dos hospitais de Faro, Portimão e Lagos no CHA que o corpo clínico tem manifestado o seu desagrado.
 
 Nos últimos tempos, vários especialistas de Ginecologia , Cardiologia e Obstetrícia deixaram o CHA, pelo que, esta medida pode ditar a saída de mais especialistas para o sector privado.
 
Ao Correio da Manhã, Pedro Nunes diz que, com "os baixos salários da Função Pública, é normal que os médicos procurem melhores condições nos privados". Para suprir as saídas, estão a decorrer "concursos que, pela primeira vez, estão a ficar cheios. Só no último mês foram contratados oito médicos".