Trata-se de um investimento de 4 milhões de euros, cuja obra deverá iniciar no último trimestre de 2021, com um prazo de execução de 18 a 24 meses. Serão reformuladas todas as infraestruturas de saneamento, telecomunicações e de iluminação pública, «numa dimensão bastante significativa», conforme salientou Ricardo Matos da empresa PEFE que concebeu o projeto de engenharia.
O desafio é fazer a empreitada num local que é também habitado. Vão ser eliminados obstáculos à mobilidade, pavimentos sobrepostos, lancis, em que as ruas históricas vão ter betão desativado em tons do “Grés de Silves” com mobiliário urbano homogéneo.
As redes de distribuição de água, águas pluviais e residuais vão ser todas renovadas, estando prevista a instalação de uma conduta que irá servir a vila, beneficiando o abastecimento de água à população, além da implementação de um sistema de canais que irão desembocar num coletor que levará a água da chuva do "Penedo Grande", [a grande encosta da vila] até à ribeira.
Ao nível das telecomunicações e iluminação, todas as redes aéreas passarão a subterrâneas. As luminárias terão tecnologia LED.
A Presidente da Autarquia de Silves esclareceu ao Algarve Primeiro, que o projeto que vinha do anterior executivo, «esteve em 2012 em condições de ser lançado a concurso público, contudo, quando chegámos à câmara, verificámos que haviam algumas correções a fazer, nomeadamente a subdimensão das condutas, não tinha águas pluviais e era um projeto de superfície, não esquecendo os levantamentos topográficos, tudo isso, levou a que optássemos por fazer um novo projeto que demorou algum tempo e estamos ainda a ouvir as sugestões das pessoas para haver um maior consenso».
Rosa Palma justifica o investimento de 4 milhões de euros, por ser um centro histórico pitoresco, e também por ser habitado. «A nossa estratégia é seduzir para a interioridade e para a sua qualidade de vida». «Nós estamos a meia dúzia de quilómetros da praia, os acessos são rápidos e estamos a criar condições para que o centro histórico de São Bartolomeu de Messines seja ainda mais visitado, para que tenha mais vida e haja mais comércio, para que as pessoas tenham um sentimento de pertença do interior e não é por acaso que também estamos a criar o Geoparque Algarvensis, outra mais-valia do nosso interior que queremos explorar em termos turísticos».
A responsável confirmou ainda que a autarquia vai tentar obter o apoio de fundos comunitários e que a obra teve o aval da Direção Regional de Cultura do Algarve.
Ricardo Matos da empresa PEFE, frisou que este tipo de projeto seria mais fácil de concretizar numa urbanização nova, mas tratando-se de um centro histórico, «o processo é complexo, obviamente que iremos sempre respeitar a identidade do local, até porque o projeto foi concebido também com a colaboração dos técnicos da autarquia». «A obra requer muita coordenação por parte do empreiteiro porque vamos intervir nas infraestruturas existentes, exigindo compreensão e cooperação de todos, população, empreiteiro e município». O projetista adiantou que se por um lado a requalificação dará um novo dinamismo ao centro histórico, por outro, devido ao novo movimento demográfico a que se assiste, com a fuga do litoral para o interior, «as pessoas não irão para o centro histórico se não tiverem condições e com esta dinamização o objetivo é esse, atrair novos habitantes e mais negócios». «Por exemplo não temos uma única pastelaria no centro histórico nem um único serviço e queremos contrariar essa realidade», concluiu.
Ao nosso jornal a Presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines fala de um investimento que «é de louvar, numa zona que merece toda a atenção e que é visitada por muita gente». A autarca referiu que algumas ruas não têm condições de segurança pelo desgaste do piso, sendo que esta obra irá ajudar a ultrapassar essa questão. Sobre a atratividade turística da vila, Carla Benedito disse que S.B. de Messines tem condições para receber mais turistas, «até porque este projeto abrange as ruas de cima e o "Penedo Grande" que tem uma vista fantástica e que os caminhantes adoram percorrer, sendo muito gratificante para todos».