Existem diversas teorias em torno dos conflitos e de uma suposta necessidade de vivermos conflitos para que possamos encontrar soluções, ainda assim, a realidade mostra-nos que, a maior parte desses conflitos têm uma causa muito mais limitadora do que facilitadora da evolução, isto porque, se encontramos soluções a partir das dificuldades que sentimos, também criamos obstáculos a partir do momento em que temos o medo a condicionar-nos as ações.
Os nossos medos inconscientes, aquilo que vamos acumulando ao longo da vida sem que nos apercebamos, dá lugar a discussões, submissões e a inúmeras formas de violência, seja ela física, psicológica, emocional, monetária ou qualquer outra que nos limite os sentimentos e os pensamentos.
O medo de falhar, o medo de sentir o que já nos fez sofrer, o medo de arriscar porque já se viveu uma situação negativa, explica grande parte dos nossos dramas e, consequentemente, a razão pela qual precisamos de nos zangar com os outros, de falar mal dos outros e de provocar afastamentos.
Nos casais nota-se muito este “padrão”.
O medo da separação, o medo da traição, o medo da solidão origina discussões que, em muitos casos, conduzem mesmo a desenlaces pouco felizes, o que quer dizer que, o medo nos leva a orientar a nossa vida para situações desagradáveis, perigosas e mal sucedidas.
Todos temos medo de algo, todos precisamos de ir enfrentado os medos para que se encontrem alternativas e melhores soluções de vida. Já é sabido que só enfrentando os medos se avança, mas a questão é mais complexa do que isso, pois se não nos apercebermos do que está na base desse medo, não o conseguiremos superar, muitos menos controlar e, ainda menos evitar as situações dolorosas.
Partindo deste pressuposto, pode afirmar-se que o medo é a grande causa dos problemas pessoais e interpessoais, já que se reflete em tudo o que somos e fazemos, pelo que, seguramente seremos melhores pessoas para nós mesmos e para os outros, se conseguirmos identificar os nossos medos e encontrar a coragem suficiente para dar um passo em frente.
Se temos medo da traição, tudo faremos para que a outra pessoa se vá embora. Se temos medo da perda, acabamos por viver numa submissão tal que ninguém nos aguenta, se temos medo do erro, não o corrigimos, se tememos a falta de dinheiro, mais gastamos e menos ganhamos!
É mesmo fundamental começar a dar a volta a este grandioso novelo que se transforma numa gigantesca bola de neve e nos acarreta muitos problemas, por isso, vamos ao fundo de nós mesmos, vamos tentar compreender o que nos causa medo e, se necessário, procuremos o apoio de um psicoterapeuta para que nos possa ajudar a enfrentar, a sinalizar e a ultrapassar o medo, já que todos merecemos viver livres e felizes!
Fátima Fernandes
