Comportamentos

Sabia que só é feliz quem sabe o que é a felicidade?

 
No seu livro "Simplesmente Feliz", Stefan Klein aventa que a felicidade é real, mas que só se consegue ser feliz quando sabemos o que é a felicidade. Para tal, é preciso reconhecer o que nos faz bem para que possamos repetir e desfrutar de mais momentos de felicidade.

 
Para este autor, tendencialmente o cérebro humano incide sobre o negativo, pelo que nos é mais fácil ter medo ou raiva do que amor ou alegria, no entanto, isso não quer dizer que não tenhamos áreas que se ativam somente com os momentos positivos. No que se refere ao positivo, Klein recorda que, não basta ter pensamento positivo que, na maioria das vezes é uma mera mentalização, é preciso sentir mesmo a realidade mais positiva e, isso consegue-se treinando o cérebro para esses momentos mais agradáveis e felizes.
 
A felicidade é algo consciente e que se pode explicar, razão pela qual não precisamos de andar atrás do dinheiro, de bens materiais e de uma carreira de topo para sermos felizes, pois esses fatores externos pouco contribuem para a felicidade que se pretende. No topo das prioridades da felicidade está a amizade, depois o amor, uma relação estável e saudável e o conforto, só depois é que surgem os outros aspetos, o que significa claramente que, quem ganha o euromilhões só se vai sentir mais feliz nos momentos em que foi contemplado, pois assim que começa a pensar no que fazer ao dinheiro, volta a estar infeliz. O mesmo se passa com alguém que tem muito sucesso na sua carreira, só será capaz de o desfrutar quando ocorre essa promoção e reconhecimento, pois depois passa a ser habitual.
 
Ao mesmo tempo, está provado que, quando uma pessoa muda de classe social e consegue ter um nível de vida melhor, consegue aceder a outros interesses e oportunidade, se torna mais feliz, o que não acontece com os ricos que pouco lhes vale ter mais um ou dois milhões na conta bancária.
 
No caso das amizades e  do amor, existe em nós uma continuidade quando estas nos são agradáveis devido precisamente ás trocas, á partilha que existe entre as pessoas, aos momentos que passamos juntos e ás memórias que isso nos permite construir. Neste sentido, mais vale viver relações de qualidade e desfrutar dos momentos de felicidade, a andar a vida inteira atrás de bens materiais e a nunca conseguir chegar à felicidade.
 
A ciência já provou que o nosso cérebro regista os momentos de felicidade, tal como assinala os medos que nos alertam para os perigos, pelo que, basta que o treinemos para identificar cada vez mais e melhores momentos de felicidade.
 
Por se tratar de algo consciente, mas que tem de ser alterado de forma indireta, temos de criar essa habituação na nossa cabeça para que o nosso cérebro a identifique e reconheça. Por exemplo, se lhe é agradável beber uma cerveja gelada num dia quente de verão, o seu cérebro saberá reconhecer essa sensação quando a repetir, mas terá de assumir o prazer que isso lhe acarreta para que, de vez em quando, possa repetir essa sensação agradável.
 
Pisar a areia da praia pode ser uma sensação muito relaxante e feliz para muita gente, já que permite descomprimir e desfrutar de uma boa sensação de prazer, assim quando se permite vivenciar essa sensação, vai encontrar um momento de felicidade que se repete em cada ocasião.
 
O mesmo se passa com um copo de água que se bebe quando se tem sede. O cérebro regista essa sensação positiva e é capaz de a reproduzir sempre que a situação se repetir. Partindo desta base, torna-se acessível dizer ao nosso cérebro aquilo que nos proporciona prazer na realidade. Aquilo que verdadeiramente sentimos como positivo e que é capaz de nos fazer mudar de estado para que ele passe a identificar facilmente essas sensações. É passar da ilusão do que nos poderia dar prazer, para passar para o que realmente nos permite soltar um sorriso e viver um momento especial.
 
Quando encontra um amigo de quem gosta muito e está com ele uns momentos, o seu cérebro vai registar essa sensação positiva e repeti-la sempre que estiver com alguém que lhe é agradável. A vantagem disso é que pode repetir essa sensação com várias pessoas, marcar os momentos e ser livre para sentir essas boas vibrações quando ambos desejarem.
 
É o que acontece no amor. Sente-se algo de tão positivo que se quer repetir, quer-se experimentar algo novo e dar forma a esse sentimento.
 
Recorde-se por exemplo do prazer que sente ao conversar com o seu cônjuge num final de tarde á beira-mar. Sempre que se encontrarem nesse cenário, certamente que vão repetir a mesma sensação. Quanto mais se conhecer a si mesmo e mais conhecer os seus sentimentos, mais facilmente terá muitos momentos de felicidade, já que os procura concretizar de forma consciente para depois se libertar e permitir sentir.
 
Stefan Klein admite que “cada pessoa tem dentro de si, a sua fórmula para a felicidade, pelo que, quanto mais a conhecer e a identificar, mais momentos alegres irá experimentar”. O que faz uma pessoa muito feliz pode não fazer outra. A felicidade é pessoal, mas aprendemos com os outros a descobrir mais momentos de felicidade e a tirar partido deles. Conquiste a sua fórmula para a felicidade sabendo o que realmente o faz feliz!
 
Fátima Fernandes