Curiosidades

Saiba como aumentar o “prazo de validade” de uma relação

 
Em primeiro lugar, temos de nos conhecer muito bem a nós mesmos para sabermos aquilo que é mais positivo para nós no seio dessa relação.

 
Um qualquer relacionamento precisa de mais emoções positivas do que negativas para que se prolongue.
 
É cada vez mais consensual a ideia de que, somos tão mais felizes quanto reduzirmos os pontos que nos conduzem à infelicidade, pelo que é fundamental assumirmos o que nos faz bem para que tenhamos algum controle sobre esse equilíbrio.
 
Depois, temos de ter em conta que, uma relação se desenvolve com duas pessoas, pelo que, para além de nos conhecermos bem a nós mesmos, é fundamental estarmos disponíveis para conhecer o outro. É daí que resulta a libertação das boas emoções, do afeto, do prazer e de algo muito importante que é a compreensão.
 
É muito bom sentirmo-nos compreendidos por alguém; ter a certeza de que podemos expressar o que sentimos e que o outro nos corresponde. Dar essa mesma compreensão é uma prova de amor que alimenta diariamente uma relação.
 
Com estes requisitos conquistados em conjunto, tudo se vai encaixando rumo ao entendimento cada vez maior. Cada vez precisamos de explicar menos o que sentimos porque o outro “lê” os nossos pensamentos e, aqui a empatia é o ponto-chave; colocarmo-nos no lugar do outro, sentindo que o outro também é capaz de o fazer.
 
Com esta postura, damos liberdade em troca dela porque confiamos, porque é fácil saber que o outro está ao nosso lado e disposto a aprender e a ensinar tal como nós.
 
Não podemos perder de vista que, uma relação não são “duas metades” que se fundem e fazem uma bola, mas sim duas pessoas que se entendem, que se compreendem, que se respeitam, que têm a sua personalidade que se encaixa na nossa. Duas pessoas vão-se tornando compatíveis com o diálogo, na intimidade e nos planos conjuntos.
 
É fácil gostar de alguém com quem nos sentimos cúmplices, com quem nos sentimos livres e capazes de concretizar os nossos sonhos e projetos. Isso é o verdadeiro amor. É um conjunto de sentimentos sem dependências, mas com complementos, com convergências e respeito pelas diferenças.
 
Não amamos alguém muito diferente ou mesmo oposto de nós. Essa é uma ideia do passado que se compreende ser errática, mas também não podemos anular aquilo que o outro tem de diferente de nós, pois é com essas diferenças que nos acrescentamos e que encontramos novos interesses e despertares.
 
Costumo dizer que, a mesma amizade e compreensão que aprendemos nas amizades faz-nos falta para o amor. A partir dessa base, acrescentamos a intimidade e o projeto de vida em conjunto. A mesma liberdade que damos aos amigos, temos de dar a quem amamos que é o nosso melhor amigo, o nosso companheiro ou companheira de vida.
 
Também não faz qualquer sentido reprimir aquilo que somos para agradar ao outro, pois isso apenas cria desonestidade. Temos de nos assumir tal como somos e ser flexíveis para conseguirmos conversar, compreender e adaptar-nos ao outro.
 
Acredito que o processo é longo e que, efetivamente não tem prazo de validade quando ambas as pessoas estão em sintonia, quando se sentem bem uma com a outra. Os sentimentos renovam-se e ganham novos sentidos e significados, temos é de estar disponíveis para os viver em várias dimensões.
 
De vez em quando, faz bem recordar momentos vividos e bem passados, repetir algo de que se gostou muito, dar largas à imaginação, ir a lugares diferentes, mudar de lugar na mesa, escolher um novo destino de férias, uma nova aventura, dando novas oportunidades aos mesmos sentimentos. Tenha em conta que, o ambiente em torno da relação também lhe pode ditar o prazo de validade, pois estar acompanhado de pessoas tóxicas é muito prejudicial para qualquer relacionamento. Certifiquem-se de que estão rodeados de pessoas positivas, pois caso contrário, mais vale estar em família; o casal e os filhos.
 
Só uma dica, está provado que, muitos relacionamentos não se prolongam no tempo devido à família e amigos tóxicos, por isso certifique-se da boa saúde da relação antes de se precipitar. A influência de valores opostos e críticas, pode arrasar com um relacionamento que tinha tudo para dar certo. Pense por si mesmo e não permita interferências na sua vida pessoal e afetiva.
 
No fundo, nenhum casamento ou namoro precisa da ajuda de terceiros para existir. Uma relação precisa de pares amorosos empenhados em viver o amor nas mais variadas dimensões. Mantemos amigos do passado quando estes nos fazem bem e aceitam a nova fase da nossa vida. O mesmo se passa com a família. Se aceita bem o novo elemento e o respeita, mantemos o contacto de proximidade, se tal não acontece, temos de assumir a nossa escolha e o nosso projeto de vida à margem desses conflitos. A vida é muito bela para ser perdida com tóxicos. Os norte-americanos já o fazem há muito tempo. Concentram-se na sua vida, mantêm relações formais em sociedade e reservam a sua privacidade com quem amam. Podemos retirar também dos nórdicos essa aprendizagem e dar-lhe o nosso sentido pessoal.
 
Fátima Fernandes