Sociedade

Salinas de Olhão e Faro vão ter micro-ilhas para aves fazerem ninhos

O Projeto Bio-Ilhas é o mais recente projeto da Associação Vita Nativa - Conservação do Ambiente -, que consiste na recuperação dos ambientes degradados de sapais e salinas das áreas lagunares de Sapal, em Olhão e Faro.

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Está prevista a implementação de várias ilhas artificiais que sejam atrativas para as espécies de aves nidificarem. São escassas em Portugal, o que leva a um declínio populacional de algumas espécies-alvo, diretamente associado ao abandono das salinas e à grande pressão humana que se verifica nestes habitats.
 
Será efetivado em salinas no Parque Natural da Ria Formosa, nos municípios de Olhão e Faro, nomeadamente nas áreas salineiras entre as duas localidades e em lagoas das ETARs de Olhão-Poente e Faro-Olhão.
 
A Associação, em comunicado enviado ao Algarve Primeiro, aponta para algumas espécies, tais como a chilreta (Sternula albifrons), a perdiz-do-mar (Glareola pratincola), o alfaiate (Recurvirostra avosetta) e o borrelho-de-coleira-interrompida (Charadrius alexandrinus), entre outras.
 
Além do combate ao declínio, também serão dormitórios invernais de uma série de espécies de aves, nomeadamente espécies limícolas, aves que na região do Algarve se alimentam sobretudo em áreas de sapal durante a baixa-mar.
 
O projeto inclui uma vertente pedagógica, com ações dirigidas às comunidades locais e escolas, bem como aos atores das atividades socio-económicas nas áreas a intervencionar, parceiros fundamentais para o bom sucesso de projetos de promoção e conservação da biodiversidade.
 
Tem como parceiro principal a Associação Viridia - Conservation in Action -, e conta com o apoio do ICNF - Direção Regional da Conservação da Natureza e das Florestas do Algarve, as Águas do Algarve, a Necton - Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas, as Salinas do Grelha. Iniciou-se em junho deste ano e está previsto ter continuidade até fevereiro de 2023, estando aberto a acolher mais parcerias e interessados.