Cultura

Sámi Museum Siida vence prémio Museu Europeu do Ano 2024 em Portimão

Foto - CM Portimão
Foto - CM Portimão  
Entre 1 e 4 de maio, Portimão recebeu a conferência anual e cerimónia de entrega dos Prémios EMYA 2024, a mais prestigiada distinção na área da museologia europeia, que reuniu na cidade duas centenas e meia de participantes, representando 29 nacionalidades, 75 museus, dos quais 50 nomeados, e 25 associações e empresas do setor.

A organização deste evento, promovido pelo EMF - European Museum Forum, foi um dos momentos altos das celebrações que durante 2024 assinalam o centenário da elevação de Portimão à categoria de cidade.
 
Segundo adianta o Município de Portimão em nota divulgada, aquando da abertura dos trabalhos, no dia 2 de maio, o diretor científico do Museu de Portimão, José Gameiro, confessou que “há 14 anos, quando recebemos o Prémio Museu do Conselho da Europa, estávamos longe de imaginar que este ano a nossa cidade seria o local escolhido para acolher o EMYA 2024, sendo de referir que a parceria para a realização desta 47ª edição do evento começou em 2018, com a preciosa colaboração da ex-presidente do EMF, Jette Sandahl, e prosseguiu com Joan Roca, o novo responsável máximo do organismo.”
 
“Que lugar melhor do que os museus para celebrar a tolerância, o respeito pela humanidade, a democracia, a sustentabilidade e a diversidade”, assinalou José Gameiro, ao desejar uma conferência “muito agradável, na qual todos se sintam atraídos, inspirados e seduzidos pelo lado positivo dos museus que teremos a oportunidade de conhecer melhor por estes dias.”
 
Foram quatro dias, com troca de experiências e de conhecimentos na área da museologia, a cargo dos profissionais do setor, enquanto apresentavam as propostas dos museus que representavam, com destaque para o Sámi Museum Siida, da Finlândia, vencedor do prémio Museu Europeu do Ano 2024.
 
Na cerimónia de encerramento, a chefe da Divisão de Museus e Património do Município de Portimão, Isabel Soares, afirmou que o museu da cidade “acolhe uma variedade de atividades educativas e culturais para reunir a sua comunidade e promover um sentimento partilhado de história, património industrial e sustentabilidade ambiental.”
 
Segundo a responsável, o Museu de Portimão “é um local particularmente acolhedor, dinâmico e envolvente, que faz com que os visitantes se sintam em casa, tendo sido muito impressionante envolver todos os membros da comunidade local, não só na sua criação, mas também no seu desenvolvimento contínuo, o que faz deste um lugar cheio de coração e humildade e nos transmite a vontade predominante de fazer a diferença.”
 
Para o presidente em exercício da Câmara Municipal de Portimão, Álvaro Bila, “é uma enorme honra partilhar o momento-chave deste evento, que acarinhámos desde a primeira hora e que desejo se prolongue durante muitos e bons anos.”
 
Nas palavras do autarca, “a parceria que estabelecemos em 2018 com o European Museum Forum (EMF) para acolher em Portimão o secretariado e arquivo daquele que é o mais prestigiado prémio da museologia europeia tem aqui o seu ponto alto e, por isso, estamos muito felizes por termos sido palco da mostra e discussão sobre 50 museus que foram escolhidos como exemplo de inovação e progresso neste setor cultural.”
 
“A beleza disto não reside simplesmente no fato desses valores se resumirem à aplicação de novas tecnologias e materiais expositivas, mas sim por representarem, sobretudo, histórias e narrativas que retratam o verdadeiro espírito das pessoas, lugares, coleções e situações abordadas”, afirmou Álvaro Bila, que parabenizou o EMF “pela relevância e sentido de oportunidade na escolha do tema “Museus em Busca de Impacto Social” para a conferência que teve lugar na nossa cidade.
 
“Em Portimão temos um bom exemplo da fuga ao cliché do museu como um mero repositório de objetos antigos aos quais se dão um valor monetário e económico, pois nos tempos que correm instituições como os museus são essenciais para espalhar valores como os direitos humanos, democracia ou inclusão, “ disse o presidente, ao expressar a vontade de que os museus “continuem a representar um farol para a democracia e para questões identitárias, sem o sentido tóxico a que se quer, por vezes, conotar esse conceito, uma vez que o vosso trabalho é vital para as sociedades onde se integram.”
 
Também foram atribuídos os seguintes galardões: Prémio Museu de Portimão de Acolhimento, Inclusão e Pertença – Salt Museum (Grécia); Prémio Museu Meyvaert de Sustentabilidade Ambiental - Museum of the Home, de Londres (Reino Unido); Prémio Silletto de Participação e Empenhamento Comunitário - Kalamaja Muuseum (Estónia); Prémio Kenneth Hudson de Integridade Institucional e Profissional - Ihor Poshyvailo, diretor-geral do Maidan Museum (Ucrânia). Esta última distinção tem o nome do fundador dos EMYA.
 
Entre os 50 nomeados para o principal prémio, havia três instituições portuguesas: o Museu do Tesouro Real, o Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, em Lisboa, e o Museu da Covilhã.
 
Foram ainda concedidas recomendações especiais ao Zoom Children's Museum (Viena - Áustria), Royal Museum of Fine Arts (Antuérpia – Bélgica), Memorial of 1902 I Frank A. Perret Museum (Martinica – França), National Museum of Art, Architecture and Design (Oslo – Noruega), Museum and Memorial in Sobibór. German Nazi Extermination Camp (Włodawa – Polónia) e Museum of Making (Derby – Reino Unido).
 
Criado para reconhecer a excelência no sector museológico europeu e promover processos inovadores e de excelência, o Prémio Museu Europeu do Ano (European Museum of the Year Award ou EMYA, na sigla original) é o principal e o mais antigo dos galardões atribuídos pelo Fórum Europeu de Museus e também o mais prestigiado na Europa.
 
Distinguido em 2010 com o Prémio Conselho da Europa, o Museu de Portimão acolhe desde julho de 2018 o secretariado e o arquivo do EYMA, sendo responsável por 45 anos de documentação, desde o início do galardão, iniciado no ano de 1977.