Dicas

São os valores que aproximam ou afastam as pessoas

 
Não tenhamos dúvidas de que os valores são um indicador de muita coisa.

 
Uma pessoa que tem bons valores e bons princípios é certamente melhor companhia para quem se rege pelos mesmos ideais. É muito difícil a convivência entre pessoas com valores opostos, tal como acontece no seio de um casamento. Os opostos não se atraem e, nas amizades isso também é um fator decisivo para afastar ou aproximar pessoas.
 
Em vez de passarmos o nosso tempo a discutir diferenças, os amigos devem encontrar os seus pontos em comum para que o prazer de estarem juntos prevaleça. Esta é a base da boa convivência e do encontro salutar entre as pessoas. Muitas vezes perdemo-nos sem saber muito bem o que nos aproxima e afasta das pessoas, mas para além das características de personalidade, o fator valores de referência acaba por se assumir como decisivo. No fundo, esta forma de vida facilita-nos muito a tarefa de manter laços com outras pessoas, pois ao sabermos que alguém defende os mesmos valores, participa num mesmo grupo e se pauta por determinadas ideologias, torna-se mais fácil abrir caminho para uma amizade ou uma relação mais próxima.
 
Quando os valores não se tocam, as pessoas mais cedo ou mais tarde, vão acabar por colidir também entre si, pois ao mínimo choque, a amizade não resiste e acaba por terminar mal.
 
Acredito que também são os valores e a forma como os aplicamos que decide com quem namoramos e casamos, pois é daí que resultam os pontos em comum, a cumplicidade e o desenvolvimento de sentimentos mais profundos. Quer queiramos quer não, é complexa a tarefa de amar quem “não ouve a mesma canção”, quem não se guia por leis e normas semelhantes. Também é verdade que aprendemos com as diferenças e que jamais teremos alguém à nossa medida, mas com valores comuns a tarefa está facilitada. Vejamos por exemplo o caso de duas pessoas que gostam de frequentar espaços culturais, certamente que terão mais facilidade em falarem sobre o assunto, em apreciarem os artistas e tudo o que os envolve. O mesmo se passa com “a febre do futebol”. Um marido que só goste de futebol nos seus tempos livres e que não respeite o tempo e o espaço da relação, estará a afastar-se dos valores da família que unem o casal, optando por um ato de egoísmo. Se ambos gostarem de futebol, tudo se torna mais fácil.
 
Nas amizades passa-se algo muito semelhante. As pessoas unem-se por terem algo em comum e separam-se quando cada uma segue os seus valores e orientações. Nada existe de errado nisso, certamente que aprenderam algo em conjunto, mas chegou a um ponto em que se tornou difícil manter uma relação porque uma das partes se afastou desses valores ou mostrou aquilo em que realmente acredita. É por isso que é bom conhecer melhor as pessoas antes de as colocar logo na nossa esfera pessoal, pois o facto de nos termos conhecido num determinado local ou contexto, não quer dizer que tenhamos valores comuns. Só o tempo irá mostrar as compatibilidades e incompatibilidades, por isso, não tenhamos pressa, saibamos aproveitar cada momento, procuremos conhecer melhor as pessoas e, quando sentirmos que vale a pena, aí avançamos para uma maior intimidade com outra pessoa.
 
Fátima Fernandes