Ambiente

Será criado grupo de trabalho em Loulé no âmbito do projeto REMAS

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Foi realizada uma reunião online, promovida pelo Município de Loulé, com a finalidade de dar a conhecer o projeto REMAS e lançar o desafio da criação de um grupo de trabalho para gestão do risco de emissão de gases com efeito de estufa em incêndios florestais.

O projeto cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) tem como objetivo, de acordo com a Câmara Municipal de Loulé, “quantificar o carbono contido nos ecossistemas florestais, tanto na vegetação como no solo, determinar e mapear o risco de libertação de CO2 e outros gases de efeito de estufa para a atmosfera quando ocorre um incêndio rural”. 
 
Pretende-se que este indicador de “risco de emissão” seja incluído nos planos de prevenção e gestão de incêndios florestais, no sentido de minimizar a emissão de gases com efeito de estufa e, consequentemente, os seus efeitos nas alterações climáticas”. 
 
Os principais objetivos passam por “desenvolver um modelo para quantificar o risco de emissões que servirá como um indicador em políticas e programas de prevenção e gestão de incêndios florestais, bem como num mapeamento do carbono armazenado na vegetação e no solo”. Serão também “propostas medidas de restauração que incluem protocolos de ação padronizados para minimizar os danos e acelerar a recuperação dos stocks de carbono nos ecossistemas”.
 
Foram convidadas várias entidades, regionais e nacionais, como “autarquias, associações de produtores florestais, universidades, associações de carácter ambiental, empresários ligados ao mundo rural, entidades desconcentradas da administração central”, com vista a elaborar o conhecimento dos resultados já obtidos.
 
Loulé é responsável pela coordenação, tanto a nível nacional, como internacional, em Espanha e França, onde há áreas-piloto onde têm sido testadas diferentes formas de intervenção após incêndios. São elas a Serra do Caldeirão, a região da Aquitânia, em França, Chequilla (Guadalajara) e Chelva-Andilla (Valência), ambas em Espanha.
 
A mesma fonte acrescenta que a reunião permitiu traçar as principais linhas do projeto e ações que já foram desenvolvidas no concelho, por parte do Gabinete Técnico Florestal Autarquia de Loulé. 
 
O Instituto Superior de Agronomia de Lisboa (ISA) realizou uma “abordagem global à interação Clima/Floresta/Fogo e aos contributos importantes do REMAS na mitigação e adaptação das alterações climáticas”. O ISA apresentou resultados, ainda que provisórios, apurados na Serra de Caldeirão, das áreas que arderam em 2004 e 2012 e a sua respetiva recuperação. “O modelo em prática prevê uma monitorização semestral da variação do carbono na vegetação e no solo, em parcelas ardidas em 2004, parcelas ardidas em 2012 e parcelas não ardidas, tendo em conta variáveis definidas para a medição da vulnerabilidade à emissão de gases por incêndio rural: sensibilidade, resiliência e exposição”. 
 
Em novembro será realizada uma reunião para a “consolidação do grupo de trabalho e início da definição de ações concretas”.
 
Refira-se que o projeto REMAS, aprovado em junho de 2019, é liderado pela Associação de Municípios Florestais da Comunidade Valenciana (AMUFOR) , tendo como parceiros a Universidade Politécnica de Valência, a Universidade de Valência, o Conselho Provincial de Valência, o Instituto Nacional de Investigação e Tecnologia Agrária e Alimentar, a Câmara Municipal de Loulé, o Instituto Superior de Agronomia, a Escola Nacional Superior de Ciências Agrónomas de Bordéus.