No ano em que este festival comemora 20 anos de existência, 7 cidades algarvias (Lagoa, Vila Real de Santo António, Loulé, Albufeira, Silves, Lagos e Olhão) voltam a receber a música que durante séculos ecoou nos castelos, palácios, medinas e bazares de Al-Andalus.
A 20ª edição do Festival terá início no próximo dia 24 de janeiro, com o grupo de música oriental Orontes Trio, no Convento de São José, em Lagoa.
O evento que irá prolongar-se até 22 de fevereiro, encerra com o projeto de música e dança oriental Sharq Wa Gharb (Marrocos / Espanha / Síria), que terá como cenário o Auditório Municipal de Albufeira.
Foi há precisamente 20 anos que surgiu este festival itinerante, com o intuito de dar a conhecer mais profundamente músicas e danças de raiz provenientes do Médio Oriente, Magrebe e Mediterrâneo oriental.
De acordo com a organização a longevidade deste evento, "pioneiro e de caraterísticas únicas na Península Ibérica, está intimamente relacionada com o suporte de um público fiel e ávido deste género de música, que tem acompanhado este festival ano após ano".
Ao mesmo tempo o festival presta homenagem, ao rei poeta al-Mutamid, filho e sucessor do rei de Sevilha Al-Mutadid. Muhammad Ibn Abbad (al-Mutamid) nasceu em Beja (1040) e foi nomeado governador de Silves com apenas 12 anos, tendo aí passado uma juventude refinada. Em 1069 acedeu ao trono de Sevilha, o reino mais forte entre os que surgiram em al-Andalus após a queda do Califato de Córdoba. Em 1088 foi destronado pelos almorávides e recluído em Agmat, a sul de Marrakech onde viria a falecer em 1095. O seu túmulo, conservado até hoje, tornou-se símbolo dos mais belos tempos de Al-Andalus.
Excelente poeta, “al-Mutamid foi o mais liberal, magnânimo e poderoso de todos os taifas de al-Andalus. O seu palácio foi a pousada dos peregrinos, o ponto de reunião de todos os engenhosos, o centro a donde se dirigiam todas as esperanças...” (Ibn Jaqan).
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