Foi efetuada uma pequena obra na cobertura da Cisterna Islâmica da Rua do Castelo, localizada atrás da Catedral de Silves.
Esta cisterna já teve outros trabalhos Arqueológicos e de conservação e restauro, nomeadamente em 2001, aquando dos trabalhos de repavimentação da Rua do Castelo, tendo nessa altura sido afetada pela máquina que procedia à remoção do betuminoso.
A autarquia informa que, seguiram-se trabalhos arqueológicos, da responsabilidade de Teresa Gamito da Universidade do Algarve, que com a colaboração da autarquia procedeu ao desentulhamento da cisterna.
No âmbito do Programa Polis foram efetuados trabalhos de conservação e restauro, tendo sido colocada sobre uma das entradas na cisterna uma estrutura em aço corten e vidro.
Esta solução técnica, que na época não foi concertada com a área de Património da Câmara Municipal, veio a verificar-se bastante ineficaz tendo em atenção que não permitia a ventilação da cisterna.
Como forma de colmatar o que consideram os serviços da área do Património da autarquia ter sido um erro técnico, procedeu-se à substituição de dois dos módulos da estrutura de cobertura, por outros laminados, para garantir a ventilação do espaço.
Esta cisterna, apesar de há muito ser conhecida, só neste século foi escavada no substrato rochoso. tendo capacidade para cerca de 140.000 litros de água. A cobertura abobadada é construída em blocos afeiçoados de “grés de Silves”, sendo as paredes revestidas por blocos de tijolo burro de dimensões um pouco maiores que os atuais do mesmo tipo.
Todas as paredes apresentam um revestimento argamassado e pintado a almagre vermelho, como sucede com este tipo de estruturas de armazenamento de água. Esta solução conferia àquela substância uma maior pureza, uma vez que a cor escura impediria a penetração de luz e sua expansão no interior da cisterna, ocasionando uma menor oxidação da água.
As fissuras que se observam em vários pontos da parede poderão ter constituído motivo do seu abandono por volta do período anterior ao século XV, uma vez que a cisterna não é referida no Livro do Almoxarifado de Silves, que faz descrição exaustiva desta zona alta da cidade.
A arquitetura da cisterna e o seu sistema construtivo remete para o período islâmico, podendo estar associada à mesquita principal da cidade, que se crê ter tido localização nas proximidades.