Sociedade

Sindicato da Hotelaria do Algarve exige salários e condições de trabalho que permitam "vida digna" aos trabalhadores

 
O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve, informou em comunicado, que promoveu ontem, em Faro, uma ação onde foi distribuído um comunicado à população "a denunciar a recusa dos patrões do setor do turismo em acordar salários e condições de trabalho que permita aos trabalhadores terem uma vida digna".

Segundo o sindicato, depois de três reuniões de negociação, "os patrões continuam a querer assinar um acordo em que a maioria dos trabalhadores ficariam com um salário inferior a  800 euros ilíquidos". Os sindicalistas referem que para colmatar a falta de trabalhadores, "os patrões, com a ajuda do Governo, optam por recorrer a trabalhadores imigrantes oriundos de países onde a mão-de-obra é mais barata que em Portugal", situação que dizem ser "inaceitável, mais ainda quando o setor do Turismo continua a bater recordes sucessivos de proveitos e em que se sucedem os anúncios do Governo de milhões e milhões de euros de apoios públicos às empresas do setor". 
 
Na mesma nota enviada à comunicação social, lê-se que em 2022, o setor do alojamento, restauração e similares superou os resultados históricos de 2019. Em 2023, segundo dados do INE e do Banco de Portugal, perspetiva-se ser mais um ano de novos recordes históricos de proveitos, no entanto, os sindicalistas dizem que o patronato continua a recusar as propostas apresentadas que, se fossem adoptadas, "permitiriam melhorar as condições de trabalho e de vida de todos os trabalhadores do setor e melhorariam ainda mais a produtividade e a sustentabilidade das empresas".
 
As propostas apresentadas ao patronato passam pelo aumento mínimo de 10% para todos os trabalhadores, com um mínimo de 100€, fixando a retribuição base mínima no setor nos 850€,  a valorização do trabalho aos fins-de-semana, feriados e dos horários repartidos e por turnos, a redução do horário para as 35 horas semanais, sem perda de remuneração e de direitos, a regulação dos horários de trabalho e atribuição de 25 dias úteis de férias a todos, sem condicionalismos, o pagamento dos custos do transporte casa-trabalho-casa e a garantia de progressão na carreira profissional e valorização da formação e da antiguidade.
 
A manter-se as atuais condições, os sindicalistas defendem que "não resta outra alternativa que não seja o reforço e intensificação da luta e da ação reivindicativa nos locais de trabalho e na rua".