Economia

Sindicato denuncia que trabalho não pago está a aumentar na hotelaria algarvia

O trabalho não pago tem vindo a aumentar "escandalosamente" nos últimos anos no setor turístico no Algarve, "chegando em certos casos a haver autênticas situações de escravatura" devido aos longos períodos de trabalho sem qualquer tipo de remuneração ou então pago de forma "miserável", denuncia o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve.

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O mesmo sindicato vai mais longe e declara que "são milhares os trabalhadores na região que ou não são pagos ou então são muito mal pagos pelo trabalho que fazem, sujeitando-se a condições de trabalho bastante desgastantes, levando em alguns casos a situações de esgotamento".
 
Um exemplo dessa realidade "é o número cada vez maior de estagiários que as empresas utilizam para ocuparem postos de trabalho efectivos, muitos a desempenharem todo o tipo de tarefas de forma indiscriminada, estimando-se que sejam milhares os jovens, muitos apenas com 15 e 16 anos, vindos de todo o país e da região, que pagam as suas deslocações, comem e dormem nas unidades hoteleiras, sujeitos a todo o tipo de pressões e chantagens para trabalharem mais horas do que aquelas que o plano de estágio obriga, havendo casos em que chega a atingir as 12 e mais horas diárias, sem qualquer tipo de protecção, havendo relatos de que mesmo depois de exporem estas situações ao responsável do curso nada se alterou".
 
A estrutura Sindical exemplifica que há estagiários que ficam alojados em apartamentos sem condições, havendo pelo menos um apartamento onde já chegaram a estar 28 estagiários, sujeitando-se a uma exploração desumana porque a nota final do estágio pode ficar comprometida".