Economia

Situação crítica nos viveiros de plantas ornamentais do Algarve

 
Em comunicado, José Dâmaso Diretor/Sócio dos Viveiros Monterosa em Moncarapacho, faz um balanço desta fase inicial de crise no setor provocada pela Covid-19 e apresenta soluções que podem minimizar o impacto negativo no setor.

 
De acordo com o mesmo responsável, desde o passado dia 13 de março, com a disseminação da crise da Covid19, que os grandes produtores de plantas ornamentais do Algarve “atravessam uma situação crítica”.
 
Os Viveiros Monterosa, Viplant, Bayflor, Citrina e Flores Pendulares são dos principais exportadores de plantas ornamentais do país, gerando cerca de 30 milhões de euros de riqueza para a região do Algarve e empregando 500 trabalhadores na sua maioria permanentes.
 
Segundo o mesmo documento, estas empresas fornecem os principais grossistas, cadeias de ‘garden centres’ e floristas da Europa, tendo igualmente um importante papel no abastecimento do mercado nacional.
 
Com os principais mercados europeus de exportação bloqueados devido à pandemia, os produtores “não conseguem escoar o seu produto, faturando nas últimas duas semanas aproximadamente 10% do que seria normal”. O mesmo sucede nas vendas no mercado nacional. “Refira-se que o período de março-maio estão para o setor das plantas mediterrâneas como o junho-agosto estão para o turismo” afirma o mesmo responsável, acrescentando que, estas empresas fazem 75% da sua faturação anual na Primavera.
 
José Dâmaso evidencia que, as plantas ornamentais são um produto perecível com um tempo muito curto de venda. “Normalmente após estarem prontas deverão ser expedidas num prazo máximo de duas a três semanas, caso contrário deixam de ter a qualidade exigida pelos nossos clientes e temos que as jogar para o lixo”, o que já está a acontecer, uma vez que, nos últimos dias estas empresas já começaram a destruir plantas não vendáveis e a fazer as suas contas.
 
Para este representante do setor, se a crise persistir, vão ser perdidos cerca de 12 milhões de euros nas próximas semanas.
 
No mesmo documento, lê-se que, uma particularidade deste setor de atividade é que “os produtores não podem fechar temporariamente”, a produção das plantas é contínua. “Se pararmos, para além do curto prazo estaremos a comprometer as vendas do médio e longo prazo, pois já iniciamos a produção das plantas para colocar no mercado no segundo semestre deste ano, assim como uma parte das da primavera de 2021”, diz José Dâmaso
 
Estas empresas, algumas delas com quase meio século de existência, “estão a fazer tudo o que está ao seu alcance para manterem a suas atividades em funcionamento e garantir os muitos postos de trabalho”, realça.
 
Para o Diretor/Sócio dos Viveiros Monterosa as várias medidas de apoio lançadas recentemente pelo Governo “são insuficientes”. Para além dos apoios de tesouraria de curto prazo já lançados, estes produtores necessitam urgentemente da parte do Ministério da Agricultura da criação de um apoio a fundo perdido à retirada de mercado para compensar a destruição da produção. “Caso contrário estaremos a adiar a crise, pois as empresas ficarão com um problema estrutural”, conclui.