Sociedade

Steven Sousa Piedade pede mais compreensão para com o Moto Clube de Faro

Em declarações ao Algarve Primeiro, Steven Sousa Piedade, presidente da junta de freguesia de Montenegro, mostra-se empenhado em dar continuidade ao trabalho que acredita “poder melhorar a qualidade de vida na freguesia”.

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Com a aproximação da concentração de motas no horizonte, Steven Sousa Piedade recorda a sua posição face ao funcionamento daquele que é “um dos maiores eventos da região e que, como tal, requer a compreensão, o esforço e o respeito de todos”. 
 
Com a palavra de ordem que vem sublinhando há muito tempo, o autarca reforça, “só tem que haver igualdade. Desde os meus sete anos que visto a camisola do Moto Clube e por isso conheço bem a realidade. São necessárias condições exteriores para receber os motociclistas, as quais passam invariavelmente, pela organização do espaço, mas não se pode fazer deste evento o centro de todas as ações policiais e de fiscalização em Portugal!”. 
 
Ressalvando que, “se um dia a concentração de Faro deixar a cidade, todos os que agora se queixam dos três ou quatro dias de evento, em que há barulho, movimentação, etc., vão lamentar-se do prejuízo e da falta de faturação que o mesmo provoca no comércio da cidade e na economia da região”.
 
Recordando cenários menos positivos de anos anteriores, o autarca - que também é motociclista nos seus tempos livres - adiantou que, “não concordo com a forma como se vivia este evento no passado distante, tipo ‘farwest’, mas tenho de condenar a forma como as forças policiais têm vindo a atuar, de um radicalismo sem explicação. Falo de dois pesos e de duas medidas, só peço que tal não aconteça, que haja só um peso, que se fiscalize, mas não exageradamente como no último ano, passando uma imagem negativa de um dos nossos maiores eventos.”
 
“Não consigo imaginar a capital do Algarve sem o Moto Clube e sem a Concentração. O esforço e sacrifício daqueles quatro dias são compensados pelo prestígio e a promoção do nome da nossa região além-fronteiras.” confidenciou Steven Sousa Piedade.
 
Referindo-se à nova sede da junta disse que “está para breve a mudança de instalações! Vamos mudar para um espaço mais moderno e funcional onde teremos melhores condições para responder às necessidades das pessoas. Por se tratar de um espaço substancialmente maior, irá possibilitar a criação de mais gabinetes e assim permitir que os vários serviços atualmente disponibilizados (psicologia, nutrição, terapia da fala, etc.) funcionem em simultâneo (na atual sede o gabinete do executivo é partilhado por todos). Beneficiará de maior facilidade de estacionamento (já que vai deixar de se localizar na principal rua da freguesia), sendo certo que da aquisição deste novo espaço resultará, a médio/longo prazo, a redução de custos, uma vez que deixará de haver lugar ao pagamento de uma renda.” 
 
O autarca realça ainda o estacionamento e as necessidades de ordenamento da freguesia, “sou muitas vezes acusado de chamar a GNR para autuar as pessoas, mas o que se passa é que peço a colaboração daquela força policial para ajudar em situações caóticas que por vezes ocorrem em alguns locais. Se precisamos de segurança, também precisamos de ordem, e bem sabemos que é sempre mais fácil estacionar junto aos locais onde vamos tratar dos nossos afazeres, nem que seja por escassos minutos, mas o problema é que acaba por impedir e dificultar a saída de outros veículos e instalar a confusão para os que circulam no mesmo espaço”.
 
Steven Sousa Piedade convida quem tiver duvidas a passar pela Rua Júlio Dinis no final do dia e comprovarem o caos em que se torna uma das principais artérias da freguesia em hora de ponta.
 
O autarca entende que todos queiram a sua comodidade, “mas a nossa liberdade termina quando começa a dos outros e por isso temos tomar medidas nesse sentido. Não quero que os condutores sejam autuados…Simplesmente que tenham respeito e se certifiquem de que, quando param ou estacionam, não estão a prejudicar os demais.” 
 
Clarificando que “esta freguesia tem algumas particularidades e carências ao nível de estacionamento, que temos tentado melhorar, mas é também necessário este trabalho de fundo que passa pela sensibilização e promoção da cidadania, mostrando a importância de existir civismo.”
 
Quanto ao problema de estacionamento existente no Vale das Almas, motivado pela proximidade ao aeroporto, o autarca conta-nos que a junta de freguesia recebe muitas reclamações por parte de moradores que se queixam dos estacionamentos existentes serem permanentemente ocupados, por longos períodos de tempo, pelas viaturas de quem vai viajar, facto que lhes causa óbvios constrangimentos. 
 
A este propósito refere que “está a ser criado, em articulação com o Município, um novo regulamento para o local - o qual contamos aprovar em breve- esperando melhorar as condições e a qualidade de vida dos que ali residem.”
 
Ainda neste âmbito salienta que “já foram convertidos em parques de estacionamento vários terrenos cedidos pelo Município, os quais têm contribuído para minimizar este problema em Montenegro. Contudo é necessário regulamentar a questão, uma vez que a freguesia recebe diariamente a visita de muita gente de fora, que não compreende estas necessidades locais e, mesmo involuntariamente, prejudica os residentes”.
 
Um outro problema apontado pelo Presidente da Junta de Freguesia é o recenseamento eleitoral:“Muitas das pessoas que cá vivem não têm a sua morada fiscal na freguesia e assim, a junta não beneficia do devido Fundo de Financiamento das Freguesias. Se todos os que cá residem, estivessem cá recenseados, a freguesia teria um orçamento muito superior para garantir a execução dos seus projectos com vista à melhoria da qualidade de vida de todos.”