No almoço convívio organizado pela concelhia do PS Tavira, que teve lugar este domingo no pavilhão do Parque de Feiras e Exposições da cidade, o líder do Partido Socialista, António Costa, apresentou as principais linhas de orientação para o seu projeto governativo.
Num almoço que reuniu 800 militantes e simpatizantes do partido socialista no Algarve, António Eusébio, líder regional do PS apontou alguns desafios para um novo governo socialista avançando que, «o Algarve está praticamente esquecido pelo atual Governo. A saúde está doente, escondem-se camas no 1ºpiso do hospital para esvaziar os corredores das urgências. Isto é dramático e uma forma de tentar mostrar que está tudo bem, quando não é essa a realidade».
António Eusébio apontou «o drama da falta de médicos e enfermeiros nos hospitais e Centros de Saúde da região, tendo Portugal regredido na saúde cerca de 30 anos, com lacunas graves, prejudicando as pessoas, principalmente os mais necessitados, e os mais velhos que necessitam de ajuda diária».
Aludiu ainda para o «problema do desemprego no Algarve, a necessidade de descentralizar o poder e de conferir mais autonomia às autarquias e aos agentes locais como forma de facilitar o apoio a quem mais precisa».
António Eusébio, líder dos socialistas algarvios, enalteceu a presença dos autarcas socialistas no almoço-convívio e, aproveitou para enaltecer o trabalho do presidente da Câmara de Olhão, António Pina, no seu papel ativo junto dos pescadores e na proteção dos seus direitos no
processo de demolições em curso pela Sociedade Polis Ria Formosa.
Jorge Botelho, presidente da Câmara Municipal de Tavira e responsável pela AMAL, frisou a importância de «dinamizar o Algarve ao longo de todo o ano», sublinhando, «a importância de apoiar o turismo e as demais atividades que permitam que todos possam residir na região».
Sem esquecer quem precisou de sair da região e do país na procura de novas oportunidades, Jorge Botelho realçou, «estou disposto a trabalhar para que António Costa ganhe estas eleições, que forme Governo e que possa dar uma nova esperança e um futuro às pessoas. Não podemos permitir que os nossos trabalhadores, que quem aqui gosta de estar e de viver se tenha de ir embora por falta de possibilidades, por falta de emprego e de uma oportunidade.
O turismo é essencial, mas não pode ser só durante quatro meses. Existem também outras áreas por desenvolver, mas precisamos de autonomia para poder ajudar as nossas populações».
Jorge Botelho, disse que «basta de austeridade, é preciso ajudar as pessoas e as empresas, é preciso de uma vez por todas fazer obra na EN125, e não apenas em 3 ou 4 lugares e principalmente acabar com as portagens na Via do Infante».
Na sua intervenção o líder do partido António Costa, recordou que fez a sua recruta em Tavira e que, por isso, «conheço esta terra muito bem. Palmilhei este concelho enquanto recruta e, até sei demais sobre isto! Foi em 1987 que cá estive e ainda guardo muito boas lembranças desses tempos!».
Num ambiente descontraído, António Costa, Secretário-geral do PS, apontou baterias ao Governo que, «está a empobrecer o país. Neste momento, trabalha-se para empobrecer». Costa recuperou os cortes, as necessidades nas mais variadas matérias e dedicou parte da sua atenção ao mais recente estudo divulgado pelo INE dando conta de que, a taxa de pobreza está aumentar em Portugal e que, «só na população mais jovens se situa nos 25%. Esta é uma situação que me preocupa porque, quando temos as crianças e os jovens neste estado de pobreza, isso traduz que vãos arrastar este cenário por mais gerações e, isso não pode acontecer. Isso retira a esperança, a confiança e as oportunidades de futuro das nossas gerações».
António Costa recordou o aumento da dívida pública que ocorreu com este Governo, e concordou com os demais interlocutores que, «a descentralização é necessária para o Algarve» recordando que, «enquanto os autarcas no seu conjunto, estão a reduzir a despesa, o Governo aumenta-a».
Realçou ainda que, «o partido Socialista não conhece caminhos de sentido único e que está sempre à procura de alternativas, razão pela qual concordo com os problemas que aqui foram apontados no caso concreto do Algarve e, estou disposto a participar na Convenção Regional do partido que terá lugar em Abril».
A terminar a sua intervenção, não deixou de reforçar a importância de «uma política de proximidade com as populações. Ninguém pode governar sem ouvir as pessoas, sem conhecer as suas necessidades e sem estudar as melhores soluções. O país e os portugueses estão cansados desta política de empobrecimento e de falta de esperança cujos objetivos alcançados são a pobreza, o desânimo, obras paradas, empresários que não investem por não saber como escoar os seus produtos, num país que acabou com o consumo».
Segundo Jorge Botelho que colocou António Costa como «um homem experiente, um autarca que conhece bem os problemas das pessoas e do país e que por isso deposita a sua confiança», o líder do Partido Socialista assumiu o compromisso de «tudo fazer para ser o primeiro-ministro de Portugal nas próximas eleições».
Refira-se que esta segunda-feira, 2 de fevereiro, António Costa inicia a sua agenda com uma visita à empresa Nova Cortiça, no Parque Industrial de São Brás de Alportel.
Às 11:00, decorre um encontro com os principais agentes e protagonistas da economia do barrocal, nas suas mais distintas vertentes produtivas e extrativas, no Centro de Artes e Ofícios de São Brás de Alportel.
