Sociedade

Tavira quer salvaguardar cidade romana de "Balsa" de forma «contínua»

 
Assinatura do protocolo
Assinatura do protocolo  
 
A Câmara Municipal de Tavira em parceria com a Universidade do Algarve e a Direção Regional de Cultura do Algarve, celebrou esta manhã um protocolo com vista à salvaguarda da cidade romana de "Balsa" localizada em Torre D'Aires, Freguesia da Luz de Tavira.

 
Com uma candidatura aprovada pela CCDR Algarve de 70 mil euros, o protocolo visa a salvaguarda deste património, monumento de interesse nacional. 
 
O projeto irá desenvolver-se numa primeira fase, por um período de 3 anos, entre pesquisas e escavações, mas contempla a promoção da formação da comunidade em geral e da população escolar.
 
À Direção Regional de Cultura do Algarve compete participar na investigação científica, efetuar acompanhamento técnico, colaborar na definição de medidas de proteção e salvaguarda das estruturas arqueológicas, apoiar e articular soluções de musealização e divulgação do património.
 
À Universidade do Algarve cabe a responsabilidade de criar um projeto plurianual de investigação arqueológica e científica, além de participar no planeamento da conservação e restauro dos materiais.
 
A autarquia será responsável pela participação da equipa técnica nas atividades arqueológicas, na conservação e restauro do espólio, dinamizando ações de informação, promovendo a criação de um espaço museológico e prestar apoio logístico na realização das escavações.
 
O reitor da Ualg, referiu que as escavações vão arrancar no próximo dia 19 de agosto, até 5 de setembro, «um projeto que procura conhecer melhor as nossas origens, aquilo que fomos e somos, mas também realço o papel importante que o Município está a ter neste processo, preparando as questões logísticas para que o trabalho de campo se possa desenvolver».
 
No local irão estar investigadores e estudantes, «a Ualg está desta forma a cumprir a sua missão, procuramos sair dos "Campi" e através do nosso conhecimento contribuir para o desenvolvimento da região», registou Paulo Águas.
 
Para a Diretora Regional de Cultura do Algarve, o protocolo agora assinado é um momento importante, «na medida em que a população de Tavira e não só, sempre acarinhou e viu a necessidade de proteger do que resta de "Balsa"».
 
Adriana Freire Nogueira salientou que a Direção Regional de Cultura não atua só na salvaguarda do património e na promoção de atividades culturais, mas também na investigação.
 
A responsável avançou que está previsto um "Dia Aberto", para 6 de setembro, data em que muitos curiosos poderão apreciar o trabalho desenvolvido, «estamos a falar de um primeiro passo que durará 3 anos de investigações, acreditando que advirão investimentos futuros de forma a desenvolver um pólo de referência no Algarve».
 
Jorge Botelho, defende que o arranque deste projeto, é para que Tavira tenha uma cidade romana em trabalho contínuo, «tenho defendido isso há anos, como também defendi que se não houvesse condições para escavar era melhor estar enterrado, pois nesse tempo não havia a consciência de preservação que há hoje e como tal, esta matéria não era consciencializada».
 
Relembrou que este processo teve um primeiro incremento, depois da polémica ligada à instalação de estufas agrícolas no espaço, «o que sempre dissemos é que queríamos o aumento da zona protegida de "Balsa", de uma forma preventiva, para que não houvesse nenhuma ideia de delapidar o património, aumentando a zona de proteção especial, pelo que agora chegou o momento de avançar com o trabalho de investigação».
 
O autarca antevê uma cidade de "Balsa", que seja «visitável e editável, com um museu partilhado, para que possamos ter em Tavira mais um "ex-libris"».  
 
O edil acredita que no próximo Quadro Comunitário de Apoio, haverá dinheiro para avançar com o projeto «de uma forma muito substancial».
 
Refira-se que o perímetro da cidade de "Balsa" estende-se por uma área de domínio privado e público. Tudo somado, Tavira dá assim mais um passo na preservação e salvaguarda do seu património histórico e cultural.