Na última sessão da Assembleia Municipal de Tavira, o Partido Socialista votou contra uma proposta do Bloco de Esquerda no sentido de melhorar as condições ambientais e consequentemente de saúde dos tavirenses.
Em comunicado, o Bloco de Esquerda refere que “apresentou uma proposta para a eliminação gradual da aplicação dos herbicidas comprovadamente cancerígenos, nomeadamente o glifosato, tendo o PS votado contra”.
A mesma nota do Bloco, diz que o PS tem a maioria absoluta na Assembleia Municipal, através de 13 membros eleitos e 6 Presidentes de Junta de Freguesia.
No mesmo comunicado, o Bloco acusa assim o PS pela votação adiantando que “de forma unilateral e intolerante os 19 membros votaram todos contra a melhoria do ambiente e da saúde para Tavira e para os tavirenses”.
A proposta do BE sublinhava a necessidade de se proceder a uma campanha de informação e sensibilização dos tavirenses quanto aos perigos de exposição à substância em causa, sustenta o mesmo partido salientando que, “Portugal é o país europeu que mais usa o glifosato, sendo este herbicida o mais usado no país e no mundo para matar ervas daninhas, em terrenos agrícolas e nos espaços públicos”.
O Bloco sublinha que, “o glifosato é comercializado em Portugal sob diversas formulações, por empresas como a Monsanto, Dow, Bayer, entre outras, sendo vendido também em supermercados e outras lojas e, lamentavelmente, é usado com relativa abundância por grande parte das autarquias para a limpeza de arruamentos, sendo esta uma das vias mais importantes de exposição das populações, segundo a IARC (Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro)”.
Em 2017, “surgiu o Decreto-Lei nº35/2017 com o objetivo de reforçar a restrição da utilização em espaço público, de herbicidas que contenham o glifosato. A utilização desta substância é ainda uma realidade no nosso concelho e a informação sobre a sua aplicação não é devidamente percecionada pela população, expondo-se a mesma a um risco desnecessário”.
Segundo o Bloco,“atualmente existem já soluções alternativas à utilização de produtos que contenham esta substância, podendo ser claramente evitável a exposição ao glifosato por parte da população, minimizando-se desta forma o surgimento de problemas de saúde, entre outros”.
