Na nova temporada de programação (setembro a dezembro) a equipa do Cine-Teatro Louletano volta a apostar num leque alargado e eclético de propostas artísticas, a pensar em vários públicos.
A nível musical prossegue o ciclo “Femina”, dedicado a grandes vozes no feminino, contando com os concertos de Capicua (numa estreia absoluta no Algarve da sua nova banda/espetáculo), Cristina Branco (estreando na região o seu novo e premiado disco), Ana Bacalhau (numa estreia nacional, em Loulé, do seu novo disco a solo) e das Angelite – Vozes Búlgaras (que comemoram 30 anos de existência numa tournée mundial que integra Loulé como única cidade a sul do país contemplada pela digressão).
Segundo nota enviada à imprensa da autarquia de Loulé, a música não fica por aqui: a temporada abre precisamente, a 9 de setembro, com um concerto de apresentação da programação integral do Cine-Teatro que traz a Loulé, Carlão a anunciar o seu novo disco. Loulé será ainda a única cidade a sul a receber quer o espetáculo “As Canções de Leonard Cohen”, tributo que junta em palco David Fonseca, Jorge Palma, Márcia, Miguel Guedes e Samuel Úria, quer a digressão acústica de Tony Carreira, que atua no Cine-Teatro, em dose dupla, a 19 de novembro.
Somam-se os concertos de António Zambujo, Ala dos Namorados (que estreiam o seu novo disco Vintage) e Moonspell, estes últimos apresentando o seu último álbum, um disco épico cantado em português e inspirado no terramoto de 1755 – proposta esta representativa também da vontade do Cine-Teatro de chegar a outros públicos.
Por seu lado, o ciclo musical “O Longe é Aqui”, que pretende valorizar e estimular os talentos locais louletanos juntando-os a reconhecidas figuras do panorama nacional, apresenta mais dois encontros inéditos: o duo Flor de Sal (composto por Zé Francisco e Ana Figueiras) com Vitorino, e o músico quarteirense Poli Correia (Sam Alone) num concerto acústico com Jorge Palma.
Numa colaboração do Cine-Teatro com Lisboa, Capital Ibero-americana de Cultura 2017, irá permitir trazer a sul, o espetáculo de homenagem à cantora chilena Violeta Parra, interpretado pela filha mais velha e pela neta da mesma.
A aposta na dança contemporânea continua a ser uma tónica da programação, com duas das mais prestigiadas companhias portuguesas (dos coreógrafos Olga Roriz e Paulo Ribeiro) a rumarem a Loulé para estrear, as suas mais recentes criações, respetivamente, Síndrome e Ceci n’est pas un film. Dueto para maçã e ovo.
A parceria estratégica com a prestigiada Companhia de Música Teatral no que concerne à arte para a infância prossegue nesta temporada, através, de uma tripla vertente: a apresentação de um dos seus mais aclamados formatos interdisciplinares para bebés, ZYG, envolvendo várias creches da cidade de Loulé bem como famílias; a realização de uma conferência performativa que dá a conhecer o processo criativo e as dinâmicas inerentes a esse espetáculo; e uma componente formativa, especialmente dirigida a todos os profissionais que trabalham com a primeira infância.
No que toca à comunidade escolar, heverá duas criações a pensar nos mais pequenos, uma delas, A Cruzada das Crianças, assente no triângulo arte-educação-cidadania, o qual tem vindo a ser aprofundado pelo Cine-Teatro ao nível da programação dirigida desde 2016 ao universo estudantil.
Numa visão geograficamente descentralizada, com vários eventos a ocorrer fora do Cine-Teatro, está ainda previsto o espetáculo teatral Viajantes Solitários (a bordo de um camião estacionado em Loulé) e dos concertos O Sul de José Afonso e de Poli Correia com Jorge Palma, enriquecendo, respetivamente, a oferta cultural da freguesia de Alte e da cidade de Quarteira.
Novamente nesta temporada, o Festival MED associa-se ao Cine-Teatro para promover um conjunto de espetáculos da sua programação que se inserem na temática deste evento de world music, dando a conhecer as bandas ou artistas que trazem a palco as sonoridades tradicionais e fusões musicais centradas nas raízes identitárias.
Será ainda lançado nesta temporada um novo ciclo temático de programação denominado “Estórias silenciosas”, que se prolonga até 2018, e que consiste na apresentação de propostas performativas que operam uma releitura contemporânea e questionadora sobre a (outra) História e a Sociedade (portuguesa e outras), sempre que possível com uma atenção sensível, crítica e lúcida perante a realidade atual em registos diversos que cruzam a história, a sociologia e as artes do palco
Para o arranque deste ciclo foi convidada a companhia Teatro do Vestido que apresenta, em absoluta estreia algarvia, o espetáculo Um mini-museu vivo de memórias do Portugal recente.