Economia

UAlg tem todas as condições para dar um contributo "inestimável" à estratégia nacional da Economia Azul

Assunção Cristas, ministra da Agricultura e do Mar, iniciou, ontem o Roteiro do Mar, na Universidade do Algarve, onde o reitor, António branco, afirmou que a “UAlg tem todas as condições para dar um contributo inestimável à estratégia nacional da Economia Azul”.

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A ministra desafiou universidades, empresas e outras instituições ligadas à investigação a “aproveitarem o mais possível” os fundos comunitários, realçando que o setor do Mar ainda tem muito por onde progredir, mas precisa de um forte impulso para continuar a desenvolver-se”.
 
Para Assunção Cristas, “as Universidades são parceiros fundamentais no esforço que Portugal está a fazer no sentido de se afirmar como um País líder no setor do Mar”. Para melhorar a economia azul e, consequentemente, a Economia portuguesa “é preciso tornar mais intensas e mais puras as relações das empresas com o meio académico”. A ministra reconhece que “já existe muito trabalho feito, mas que precisa de ser divulgado”.
 
Por sua vez, António Branco, reitor da Universidade do Algarve, destacou a atividade da Instituição nos últimos 10 anos, mencionando que neste período “foram geridos 41 projetos de investigação, de transferência de conhecimento e de extensão, envolvendo cerca de 25 milhões de euros, muitos dos quais ainda estão em execução em pelo menos 5 centros de investigação diferentes”. O reitor referiu-se à matriz fundacional da Universidade do Algarve que teve sempre presente o Mar, elemento que continua a ser uma das suas áreas estratégicas prioritárias, conforme previsto no Plano Estratégico.
 
“Entre 2000 e 2014, a Universidade do Algarve foi responsável por cerca de 22% da produção científica nacional nestas áreas (1022 publicações), sendo ultrapassada nesse indicador apenas pela Universidade de Lisboa (1189 publicações) – o que, tendo em conta a dimensão relativa dessas duas instituições, revela bem a relevância da UAlg no panorama nacional”, explica António Branco.
 
O reitor assegurou ainda que “a discussão de uma estratégia nacional para a solidificação de uma Economia do Mar baseada no desenvolvimento de investigação de ponta em parceria com o setor empresarial e, assim, capaz de impulsionar a enorme riqueza que o Mar pode proporcionar, encontra na Universidade do Algarve um conhecimento acumulado essencial com grandes potencialidades a nível nacional, mas também internacional.” Exemplo disso, adiantou António Branco, é o protocolo que, em breve, será assinado com a Universidade de Kinky, no Japão, com vista a uma colaboração intensa entre as duas instituições na área da aquacultura, nomeadamente, no que diz respeito à produção de atum.
 
Rodrigo Brum, responsável do “Programa Mar 2020”, apresentou as linhas orientadoras deste programa, que consagra a política de desenvolvimento económico, social, ambiental e territorial necessária para apoiar, estimular e assegurar um novo ciclo nacional de crescimento, tendo como prioridade as exportações e o emprego.
 
David Santos, presidente da CCDR Algarve, falou sobre “O Mar no CRESC 2020”, Programa Operacional do Algarve, para o período 2014-2020, que dispõe de uma dotação de 318,6 milhões de euros, dos quais 224,3 milhões do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e 94,3 milhões de euros do Fundo Social Europeu (FSE). O presidente da CCDR Algarve voltou a insistir na necessidade de criar um simplex para o mar, reconhecendo, porém, o esforço que tem sido feito, mas ciente de que “ainda há um longo caminho a percorrer”.
 
Manuel Pinto de Abreu, secretário de Estado do Mar, centrou-se na temática “Mar Portugal”, explicando que a “Estratégia Nacional para o Mar 2013-2020” (ENM2013-2020) pretende, sobretudo, “criar valor a partir do Mar para benefício das gerações atuais e futuras”.
 
“O regresso de Portugal ao Mar depende da execução de uma estratégia assente no co­nhecimento e progresso tecnológico e na dimensão e geografia do território nacional, emerso e imerso, incluindo a nova dimensão alargada resultante da submissão apresen­tada para a extensão da plataforma continental para além das 200 milhas náuticas”, referiu o secretário de estado.
 
No final houve um espaço alargado de debate. Manuel Pinto de Abreu voltou a interpelar todos os portugueses a participarem ativamente com as suas propostas, contribuindo para melhorar a ENM 2013-2020.
 
Recorde-se que o ministério da Agricultura e do Mar já havia iniciado, em junho, na Noruega, Japão e Coreia do Sul um "roteiro de captação de investimento direto estrangeiro" para Portugal na área da economia do mar.
 
O Roteiro do Mar termina com a Semana Azul, que se realizará, entre 4 e 6 de junho, em Lisboa, e pretende elevar Portugal ao seu importante estatuto de capital do mar e dos oceanos, mostrando o que de melhor se faz neste setor. 
 
Esta iniciativa, explicou Assunção Cristas, contemplará um conjunto de atividades, das quais se destaca a terceira edição da Cimeira Mundial dos Oceanos, organizada pela revista The Economist, que trará massa crítica de todo o mundo ao nosso País: cientistas, especialistas, gestores, organizações não-governamentais e governos.