Sociedade

Ualg:Receção ao Caloiro promete semana de "contestação" aos cortes

O dia 15 de Setembro marca o arranque do ano letivo para os novos alunos da Universidade do Algarve.

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A Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUAlg) está a preparar uma semana de receção aos novos alunos em que a tónica principal é a contestação aos sucessivos cortes no financiamento do ensino superior.
 
Filipa Braz da Silva, presidente da Direcção Geral da AAUAlg, explica que “O Governo comprometeu-se em não baixar o financiamento das instituições de ensino superior em mais de 1.5% no orçamento de 2015. Mesmo com o esforço de adaptação que está a ser exigido transversalmente a toda a sociedade, esse corte por si só já seria mau em cima de todos os cortes que têm acontecido nos últimos anos, mas o corte no financiamento público da Universidade do Algarve para 2015 não será de 1,5%, mas de 6,5%, o que é totalmente inadmissível! Entre 2010 e 2015 o corte do financiamento público na Universidade do Algarve é de 32%, de 44 milhões de euros para 30 milhões. Numa Universidade em que o número de alunos subiu, na primeira fase de acesso, 15% relativamente ao ano anterior, isto é impossível de perceber!”
 
A Direcção Geral da AAUAlg informa que reuniu com os representantes dos Núcleos Pedagógicos e Secções Autónomas da Associação, bem como com os representantes dos estudantes nos órgãos da Universidade e com as comissões de praxe dos cursos, para combinar quais as formas de luta na Semana de Receção ao Caloiro. Sob o tema “Nem as bestas cortam na educação!” a Associação Académica pretende demonstrar a séria preocupação e desagrado dos estudantes quanto aos sucessivos cortes no orçamento da Universidade.
 
Filipa Braz da Silva levanta o véu sobre algumas das formas de contestação garantindo que “o desfile do caloiro terá, certamente, cânticos de contestação aos cortes e ao Governo e a procissão das velas terá também uma forma de contestação, até porque a chama do conhecimento e a luz ao fundo do túnel estão definitivamente apagadas com a actual política de financiamento do ensino superior!”
 
Quanto à praxe académica, a Associação Académica da Universidade do Algarve também tomou medidas. Serão distribuídos panfletos pelos novos alunos que explicam para que serve a praxe e quais os limites da mesma, bem como os órgãos internos e externos a que os caloiros devem recorrer se se sentirem lesados e que incluem o Conselho de Veteranos, o Reitor e o Ministério da Educação, para além da própria Associação Académica. 
 
Filipa Braz da Silva refere que “a ligação entre a praxe e a contestação aos cortes faz sentido uma vez que é uma altura em que os caloiros são bombardeados com informação. O facto de termos um panfleto simples em que de um lado estão informações sobre as praxes e do outro lado estão informações sobre os cortes no financiamento do ensino superior, facilita a comunicação com os estudantes, que é a nossa grande prioridade. Os novos alunos, tal como todos os outros, têm de ter informação que lhes permita defender os seus direitos, tanto na praxe, como na qualidade de ensino, que deve, segundo a lei, ser qualitativamente exigente.”