Em declarações à Lusa, o presidente do conselho de administração da ULS do Algarve, Tiago Botelho, explicou que o plano sazonal para o módulo de verão prevê um conjunto de respostas técnicas em função da procura, mas destacou que a parte “mais visível” e a sua “principal linha de atuação” passam por “assegurar o funcionamento daquilo que já existe”.
Com os profissionais de saúde a também quererem gozar férias no verão, a “principal medida ou necessidade” é “assegurar que aquilo que existe continua a funcionar”, observou.
“Isso garantido, por si só, já é de facto um esforço significativo, que não significa propriamente, na maior parte das circunstâncias, coisas novas ou serviços novos ou profissionais novos a trabalhar”, esclareceu.
Para conseguir esse objetivo, a ULS tem de “fazer face à necessidade de dar férias às pessoas” e garantir que a “dotação de recursos humanos é compensada para que não afete em termos de capacidade de resposta” os serviços de urgência que funcionam em Faro, Portimão, Lagos, Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António.
“Manter a funcionar nestas seis cidades um serviço hospitalar de urgência, por si só, durante a época normal já não é fácil. No verão, é ainda mais complexo e, portanto, aquilo que nos incumbe é […] garantir que essas seis urgências funcionem” com as escalas médicas necessárias, disse.
Tiago Botelho frisou que há serviços de urgência “mais diferenciados do que outros” e quatro deles são “de nível básico”.
“Uma delas [urgências], a de Portimão, é médico-cirúrgica e a de Faro é polivalente. […] Em Faro e em Portimão, subdividem-se depois em várias outras valências assistenciais – ginecologia e obstetrícia, pediatria e psiquiatria. Portanto, todas estas valências são serviços de urgência com portas abertas e a funcionar e a nossa obrigação em termos de plano de verão é garantir que nenhuma delas feche”, esclareceu.
Questionado se esse objetivo é alcançado com a contratação de profissionais, Tiago Botelho respondeu que é preciso “essencialmente organizar melhor” e “garantir que se faz uma justa compensação em termos de quem é que pode fazer férias e quem não pode”, por vezes revezando-se “em períodos anuais ou bianuais ou trianuais”.
“E depois, sim, há na verdade não propriamente pessoas novas que são recrutadas, mas pessoas que vêm cá em regime de prestação de serviços, habitualmente de forma mais desfasada ao longo do ano e que agora, nesta altura, vêm de forma mais intensiva”, acrescentou.
São profissionais de outros hospitais e de outras zonas do país que, nesta fase do ano, fazem mais tempo de serviço no Algarve, caracterizou.
O plano prevê também que, em função da procura, possam ser adotadas medidas como “uma gestão mais proativa dos serviços de internamento” para acelerar altas que possam libertar vagas hospitalares ou a disponibilização de 20 camas adicionais de internamento no Centro de Medicina e Reabilitação do Sul, em São Braz do Alportel, disse ainda o administrador.
“Nos cuidados de saúde primários, aquilo que fizemos foi garantir também a existência de consultas para utentes não inscritos, ou seja, utentes que não têm médico de família na região e, portanto, que estejam de passagem”, indicou também Tiago Botelho,
O administrador da ULS do Algarve salientou ainda que estas consultas existem nos centros de saúde “um pouco pela região” e, “adicionalmente”, este ano começaram a ser feitas também em Altura, no concelho de Castro Marim, e em Quarteira, no município de Loulé, duas zonas balneares que acolhem muitas pessoas no verão.
O plano sazonal da ULS do Algarve vigora entre junho e setembro, podendo ser alargado em caso de necessidade.
Lusa