Sociedade

União dos Sindicatos do Algarve preocupada com alargamento dos horários das creches

Em comunicado, a União dos Sindicatos do Algarve afeta à CGTP-IN faz saber que, «vê com preocupação a alteração de regras de instalação e funcionamento de creches em que o governo opta pelo alargamento generalizado dos horários das creches em vez de colocar um travão aos horários contínuos, por turnos e noturnos, que desregulam a vida dos trabalhadores e não permitem o acompanhamento dos filhos».

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Para a USAL, este alargamento generalizado dos horários das creches «é completamente inadmissível, contradizendo o princípio pedagógico fundamental segundo o qual as crianças não devem permanecer na creche mais do que o tempo estritamente necessário». Para a União dos Sindicatos,  «a frequência de creche, sendo importante no desenvolvimento mental e social das crianças, pode tornar-se nociva se se transformar num depósito permanente de crianças, deixadas por longos períodos e privadas do imprescindível contacto, cuidado e carinho diário dos pais».
 
Para a mesma estrutura sindical, «esta é uma forma de dar mais poder às empresas na imposição abusiva da laboração contínua, do trabalho por turnos e do trabalho noturno, de horários de trabalho excessivamente longos, desregulados e incompatíveis com qualquer forma de equilíbrio entre tempo de trabalho e tempo de não trabalho».
 
«Em vez de promover medidas de carácter paliativo, o governo deve investir na criação e alargamento de uma rede pública de creches, dando assim cumprimento generalizado ao princípio da gratuitidade já estabelecido e uma resposta adequada às efetivas necessidades das populações nesta área», defende a USUAL.
 
O sindicato defende a implementação da redução dos horários de trabalho, o aumento dos salários, o cumprimento dos direitos, o combate ao uso abusivo da laboração contínua, do trabalho por turnos e noturno e o direito a horários flexíveis para os pais de crianças até aos 12 anos.
 
Sendo o Algarve uma região assente, sobretudo, no setor do turismo mas, com muita preponderância no setor do comércio, em «que imperam a precariedade, a sazonalidade, a desregulação completa dos horários, o uso abusivo ao trabalho noturno e por turnos, em que se insiste na abertura do comércio aos domingos e feriados, com horários de fecho às 23:00 e 24:00 horas, que também não são compatíveis com a rede de transportes públicos existente, é com bastante preocupação que a USAL/ CGTP-IN encara esta opção do governo», conclui o mesmo comunicado.