Sociedade

Valores da União Europeia “falaram mais alto” hoje em Olhão

Olhão é hoje palco das comemorações do Dia da Europa no Algarve, numa organização do Município e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional.

PUB
 
A cerimónia de abertura aconteceu esta manhã, em frente ao Auditório Municipal, tendo reunido muitos convidados em torno de uma efeméride que realça o papel da União Europeia na vida dos cidadãos.
 
Francisco Serra, Presidente da CCDR Algarve, focou no seu discurso que este dia é assinalado para aproximar a Europa dos cidadãos, promover a liberdade de expressão, livre circulação da paz e do entendimento no respeito pela diversidade.
 
Na mesma comunicação foi dito que no contexto europeu o Algarve pela sua localização, «pode e deve assumir-se como porta de entrada no Mediterrâneo e ter uma posição estratégica e central no espaço Atlântico».
 
O responsável da CCDR Algarve lembrou que a integração de Portugal de forma efetiva a 1 de janeiro de 1986, «abriu novas perspetivas ao desenvolvimento regional e trouxe os meios financeiros que permitiram a construção de infraestruturas que ajudaram o Algarve com impacto significativo na qualidade de vida dos residentes e visitantes e o incremento da competitividade da região, levando o nome do Algarve além-fronteiras».
 
Na mesma alusão foi dito que os serviços públicos foram modernizados as empresas tornaram-se competitivas a região ficou mais inclusiva, «onde as respostas sociais se multiplicaram, servindo necessidades distintas, sem esquecer a proximidade com a Europa quer através da Ponte Internacional do Guadiana, quer nos investimentos de modernização no Aeroporto de Faro ou na construção da Autoestrada do Sul», que permitiu reduzir tempos e ligar o país e a Europa.
 
No entender de Francisco Serra, com o apoio dos Fundos Comunitários a região tornou-se mais sustentável no abastecimento de água no tratamento das águas residuais e na recolha e tratamento dos resíduos sólidos urbanos.
 
A aposta na eficiência energética e na preservação da biodiversidade a promoção do ensino superior e a inerente investigação, bem como a ciência e a inovação e o desenvolvimento tecnológico, foram outras áreas em que os fundos europeus muito têm contribuído para a região.
 
Nas mesmas declarações, Francisco Serra elencou outras vertentes dos fundos comunitários, nomeadamente as frentes de mar a regeneração urbana, equipamentos desportivos e culturais, recuperação de monumentos, dando atenção aos territórios de baixa densidade.
 
O Presidente da CCDR vincou o facto de «por vezes sem darmos conta, convivemos com muitos exemplos à nossa volta que representam o apoio da Europa e que estão inerentes à nossa qualidade de vida e ao nosso desenvolvimento».
 
Foi preconizado que quanto a desafios e apostas, «será necessário maximizar a utilização dos fundos europeus, fazer mais e melhor com o mesmo ou com menos, fazendo uso da inovação para sermos mais eficazes e eficientes».
 
Francisco Serra sustentou a relevância de uma concertação estratégica e territorial, «para desenhar políticas públicas mais eficientes no desenvolvimento dos territórios e junto das populações da sua capacitação e qualidade de vida».
 
Em conclusão referiu que o Algarve deverá focar-se nos recursos endógenos, mas também nas pessoas e no caráter distintivo da região - turismo, mar, saúde, energia, agro-alimentar, tecnologias de informação e comunicação, indústrias culturais e criativas, numa lógica de variedade relacionada.
 
Já o Presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina, aproveitou o momento junto dos alunos da Escola Básica nº1 de Olhão, para falar sobre a evolução que o País e o Algarve sofreu ao longo das últimas décadas com a ajuda da União Europeia.
 
O edil dirigiu-se aos alunos referindo «que este dia é essencialmente para vós, lembro-me que o concelho de Olhão era uma outra coisa, bem diferente do que é hoje, por exemplo a água que de manhã vocês lavaram os dentes, no meu tempo e na altura do Verão ela era barrenta, porque não tínhamos uma empresa como a Águas do Algarve, com dinheiro da União Europeia, não tínhamos uma rede renovada de abastecimento de água, muitas escolas que hoje existem no concelho também não existiam, os equipamentos desportivos não existiam como hoje existem e esta memória é fundamental que a tenham, contando com o esforço dos professores para que vos passem estes ensinamentos, pois caso contrário corremos o risco de pensar que a União Europeia não serviu para nada».
 
O autarca acrescentou a importância desses investimentos, evidenciado também «a Paz que a União Europeia nos trouxe, após a Segunda Guerra Mundial, sendo esse um dos valores fundamentais da Europa, vivermos sem guerra, vivermos em Paz».
 
António Miguel Pina reforçou que, «hoje vivemos bem em comunidade, bem uns com os outros de várias nacionalidades e isso é uma das grandes belezas da União Europeia».
 
No final da cerimónia foi efetuada uma visita aos projetos desenvolvidos em Olhão com fundos comunitários, nomeadamente o Parque de Estacionamento subterrâneo com 400 lugares, (junto ao Pingo Doce), requalificação do Largo da Fábrica Velha, inserido no Caminho das Lendas, requalificação da Praça Patrão Joaquim Lopes (largo da Floripes), revitalização dos Mercados de Olhão, requalificação da Avenida 5 de Outubro (em curso) e Jardins de Olhão, cuja requalificação deverá arrancar após o Verão.
 
A visita contemplou ainda um passeio pela Ria Formosa no emblemático Caíque de Olhão, embarcação que também obteve apoio da União Europeia, na sua construção.