Comportamentos

Vamos sair da depressão?

 
O primeiro passo para se ajudar a si mesmo num quadro depressivo, é assumir que precisa de ajuda e que não se sente bem.

 
Todos temos momentos de angústia e em que não nos sentimos plenos das nossas capacidades, no entanto, quando se passam nove dias sobre essa imensa sensação de desconforto, é importante pensarmos em pedir apoio, uma vez que podemos estar a desenvolver algo de mais grave.
 
Quando digo que o mais complicado é a pessoa sentir que não está bem e que precisa de apoio e de reagir, é porque o sujeito se habitua de tal forma a conviver com esse estado de angústia e de tristeza que pensa que é normal viver assim.
 
Justifica com a idade, alimenta desculpas de vária ordem e procura pessoas que lhe devolvam os mesmos sentimentos, já que, dessa forma, sente que está como os demais e que não se deve preocupar, mas a realidade não é essa. Provavelmente muitas pessoas sofrem de depressão e não sabem, razão pela qual é tão importante estar alerta, ler e informar-se. Aqui vão algumas dicas que podem ajudar, mas que, de forma alguma, substituem a procura de um profissional de psicologia.
 
O problema da depressão, é que o indivíduo acaba por criar um mundo paralelo onde abunda a angústia e a tristeza e acaba por se conformar com esse estado, já que todos os caminhos parecem ir ter a pessoas com histórias semelhantes, isto porque só se procura quem está no mesmo estado que nós.
 
Naturalmente que, comportamento gera comportamento e, quando nos devolvem as mesmas emoções, nem paramos para pensar se estaremos errados na forma de encarar a vida.
 
De um modo geral, a Depressão é um transtorno emocional/psicológico caracterizado por sentimentos de angústia e tristeza profunda. A tristeza é normal, todos nós nos sentimos tristes em algum momento, mas quando não conseguimos gerir as emoções, a nossa paz interior é afetada e perdemos a energia que nos move para viver uma vida feliz.
 
A palavra Depressão deriva do latim deprimere, que significa “prensar, esmagar, afundar”. O sentimento mais comum de uma pessoa deprimida é a angústia e o aperto sentido quando pensamos ou estamos em situações de vida que nos perturbam e entristecem.
 
A Depressão, quando não tratada, pode tornar-se numa espiral de angústia tão grave, que a morte, pode parecer a única saída.
 
É importante que um familiar próximo que é quem normalmente se apercebe de alterações no outro, o incentive a procurar ajuda. A depressão tem tratamento, mas é preciso intervir de forma correta, seja através de medicamentos ou, em casos menos graves, com apoio psicológico. O médico psiquiatra é quem faz o diagnóstico e o correto encaminhamento do doente, pelo que vale a pena confiar nos profissionais e seguir as suas orientações específicas.
 
À medida em que se sente melhor, o paciente começa a aperceber-se de como estava e em que falta de soluções tinha mergulhado. Encontra uma nova forma de encarar a vida e, a felicidade que lhe parecia vedada pela angústia que sentia, acaba por ser uma realidade.
 
São muitas as alterações que se somam após o tratamento. O paciente passa a ver a vida na sua plenitude, aprende a proteger-se daquilo que o possa afetar de alguma forma, procura estar mais em contacto com a natureza e com situações alegres. É como se descobrisse uma nova forma de estar na vida e de tirar partido daquilo que sente e é.
 
As pessoas que passam por um cenário depressivo, descrevem que se entra num mundo tão negativo e triste que nada parece fazer sentido. Agarram-se a pequenas crenças para justificar aquela tristeza e nem pensam que a mesma precisa de ser tratada em vez de disfarçada.
 
Entra-se num mundo à parte onde só a negatividade parece fazer sentido. Procuram-se pessoas com quem conversar sobre esses sentimentos, mas pouco se faz para reagir. Aprende-se a aceitar a tristeza como um estado de vida “normal” e, fala-se sempre no mesmo para aliviar a dor. Geralmente procuram-se pessoas com problemas comuns para que nos sintamos mais compreendidos e, é por isso que “choram em conjunto” e pouco fazem para resolver a base do problema, em vez de o alimentar.
 
Como consequência disso, acumulam-se problemas, aliás, tudo passa a ser um problema, um esforço, uma aceitação porque não se acredita que possa ser melhor e diferente. O ambiente em seu redor começa a degradar-se pela falta de motivação para limpar, cuidar e organizar e, aos poucos, quem está triste sem um motivo aparente, acaba por ter motivos de sobra para não conseguir ser feliz.
 
Muitas vezes, nem nos apercebemos que esta forma de estar na vida não nos interessa e não se encaixa connosco, mas estamos habituados a que outros familiares se nos apresentem da mesma forma e, acabamos por considerar normal aquilo que é uma doença.
 
É importante saber que não é normal arrastar estados de negatividade e pessimismo com ou sem motivo, pois existe um tempo para resolver e compreender os problemas e outro para começar a superar e a resolver. Quando tal não acontece, é porque estamos a precisar de apoio e de despertar para a vida num outro sentido.
 
É essencial saber a que sinais devemos estar atentos:
 
Sente-se triste sem motivo aparente
 
Tem vontade de chorar frequentemente, mesmo sem motivo aparente
 
Perdeu o interesse por atividades que anteriormente lhe davam prazer
 
Sente-se cansado e esgotado, sem vontade de fazer nada
 
Critica-se constantemente e sente-se inútil
 
Tem problemas de concentração e lapsos de memória frequentes
 
Sente dores de cabeça, de costas ou de estômago sem haver uma causa física
 
Deseja morrer porque a morte parece a única saída para acabar com a angústia.
 
Já sabe, não vale a pena arrastar aquilo que é possível tratar, basta que solicite ajuda perto de si e aprenda a viver mais feliz!
 
Fátima Fernandes