Manuel Luís Capelas, Presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, refere que “os cuidados paliativos continuam a sofrer um aumento da procura devido essencialmente a três factores: uma população cada vez mais envelhecida, o aumento das doenças oncológicas e das não oncológicas crónicas, que progridem e que são geradores de sofrimento e/ou ameaçadoras da vida.
A APCP procura debater o estado dos Cuidados Paliativos em Portugal, discutindo consensos, e a realidade nos Hospitais, Unidades, lares e apoio domiciliário”.
Do leque de preletores, constam figuras relevantes para o desenvolvimento dos cuidados paliativos.
O Prof. José Luís Pereira analisa as prioridades e limitações da investigação, assim como o planeamento estratégico; o Prof. Marco Goméz Sancho explica todo o processo de luto e sofrimento, não só dos doentes, familiares e dos profissionais que prestam estes cuidados e ainda a Enf.ª Joana Mendes revela o Consenso em Cuidados Paliativos Neonatais e em fim de vida.
Irene Higginson, chefe do Departamento e Professora de Políticas de Cuidados Paliativos e Reabilitação na King´s College em Londres, traz a debate o custo-efetividade das equipas, o estado de arte da investigação e as políticas de organização de cuidados paliativos. Por sua vez, Emílio Herrera, vem para partilhar o seu know-how enquanto um dos preconizadores do plano nacional de cuidados paliativos em Espanha.
“Os cuidados paliativos devem ser pensados em todas as dimensões de saúde. São fundamentais para as pessoas com demência, pessoas com doenças neurodegenerativas, doentes oncológicos, doentes com insuficiência de órgãos e VIH/SIDA, entre outros. Enquanto associação queremos contrariar os mitos, a imagem negativa associada a esta área e criar empowerment à população, para que procurem os cuidados paliativos, em situações de doença grave e avançada”, diz Manuel Capelas.
“O estudo Preferências e Locais de Morte em Regiões de Portugal em 2010 mostra que muitos portugueses morre em casa ou nos lares, sem apoio de cuidados paliativos domiciliários. É urgente encontrar melhores soluções para que cada um de nós possa morrer com dignidade e qualidade no fim de vida”, finaliza o Presidente.
Este encontro científico conta com a participação de mais de 600 profissionais de saúde na área dos cuidados paliativos e é realizado no Hotel Tivoli Carvoeiro em Lagoa.