Dezenas de alunos da Escola Secundária de Vila Real de Santo António recusaram hoje ter aulas nos contentores/sala utilizados durante as obras de renovação do estabelecimento, depois de a chuva os ter deixado molhados, informou a Associação de Pais.
Ernesto Ramos, dirigente da Associação de Pais, explicou à agência Lusa que, ao início da manhã, foi contactado por elementos da escola "a informar que os alunos se tinham recusado a entrar nos contentores e os professores a dar aulas".
"Não estavam alagados, mas as paredes escorriam e toda a parte elétrica estava a pingar. Isso causa um problema de segurança e os alunos concentraram-se e realizaram uma manifestação espontânea", precisou aquele dirigente.
Ernesto Ramos disse que a situação é "caótica" e mostra que os alertas de falta de segurança já feitos pela Associação de Pais e pela autarquia têm "razão de ser". Os contentores estão a ser utilizados há mais de três anos como salas de aulas provisórias enquanto decorrerem as obras de renovação da escola.
O dirigente da Associação de Pais disse confiar numa solução até final do mês, considerando que todos os protestos e diligências feitos com a escola e a autarquia para a entrega das salas começa a "dar frutos", porque, "neste momento, já estão montados os materiais que faltavam no refeitório e apenas faltam vistorias".
"Esperamos que, até ao fim do mês, a situação possa estar resolvida", acrescentou.
Jéssica Filhó, aluna do 11.º ano, disse à Lusa que, quando chegou ao contentor/sala à primeira hora da manhã se deparou "com as salas cheias de água" e com "colegas a afixar papéis na porta a dizer que não estavam em condições".
"Estava tudo molhado, não era possível ter aulas ali, recusámos entrar e depois juntámo-nos no átrio", disse a aluna, frisando que está "há cinco anos [letivos] na escola e as obras já decorrem há quatro".
Ernesto Ramos frisou que, sempre que houver mau tempo e chuva, "esta situação vai-se verificar" e a única solução é a entrega das salas e a retirada dos contentores, que "já não têm condições de segurança".
Em causa estão as obras de requalificação da escola secundária local, que começaram em outubro de 2010. Atualmente, decorre a segunda fase dos trabalhos, que inclui um bloco de 21 salas, refeitório e instalações desportivas.
A Associação de Pais e a Câmara têm tentado que a Parque Escolar, responsável pela obra, entregue a obra de forma faseada e disponibilize já as salas de aulas, sem o refeitório e o ginásio, pedido que não tem sido atendido.