Desporto

Volta ao Algarve quer voltar a revelar “um novo campeão do futuro”

 
A 47.ª edição da Volta ao Algarve em bicicleta vai para a estrada na próxima semana com o objetivo de voltar revelar uma nova grande figura da modalidade, disse hoje o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC).

"As grandes figuras do ciclismo mundial da atualidade ganharam aqui na Volta ao Algarve e era muito importante para nós - e muito interessante - que voltássemos a revelar um novo campeão do futuro. Quem sabe pode acontecer", disse Delmino Pereira, à margem da sessão de apresentação da prova, realizada no parque ribeirinho de Faro.
 
O dirigente lembrou que Tadej Pogacar, Primoz Roglic, Michal Kwiatkowski e Geraint Thomas ganharam recentemente no Algarve e depois destacaram-se na Volta a França, citando ainda o caso de Remco Evenepoel, vencedor da ‘Algarvia’ em 2020 e "outra esperança do ciclismo mundial".
 
O presidente da FPC disse que a prova tem "um currículo que valoriza e prestigia muito a Volta ao Algarve" e espera "uma grande corrida de ciclismo e um grande espetáculo desportivo", face à presença de "um pelotão brutal", com 175 corredores de 25 equipas.
 
O português Rui Costa vai ter o dorsal número um da Volta ao Algarve em bicicleta, liderando a UAE Emirates, com a Deceuninck-QuickStep a apresentar, em teoria, a equipa mais forte.
 
De acordo com a lista provisória de inscritos, a equipa belga traz ao Algarve três ciclistas do 'top-50', com destaque para o 'sprinter' irlandês Sam Bennett (17.º), que já tem cinco vitórias esta temporada e venceu a classificação por pontos da Volta a França de 2019, e para o dinamarquês Kasper Asgreen (23.º), recente vencedor da Volta a Flandres, um dos 'monumentos' do ciclismo.
 
"Teremos equipas e ciclistas de todos os principais mercados emissores de turismo para o Algarve", afiançou Delmino Pereira.
 
Como a ‘Algarvia' surge agora em maio, num período diferente do habitual devido à pandemia, as possibilidades de as equipas portuguesas surpreenderem na prova "são maiores do que [costumam ser] em fevereiro", estimou o dirigente.
 
"As nossas equipas, no mês de fevereiro, têm poucos treinos e quilómetros e nesta altura já têm mais, havendo maior equilíbrio. A probabilidade de haver corredores portugueses a protagonizarem a Volta ao Algarve é maior, o que acaba por ser mais interessante para todos os nós. À partida, vai ser uma luta mais equilibrada e acho que vai haver indefinição até ao alto do Malhão, até ao último metro", sustentou o presidente da federação.
 
Afetada pela pandemia de Covid-19, as maiores dificuldades da organização prenderam-se com a dificuldade em arranjar mais patrocinadores e com o planeamento, mas Delmino realçou que a "determinação e resiliência" permitiram escolher uma data "ótima" que garante "tranquilidade".
 
"Tivemos uma luz que nos iluminou na escolha da nova data da corrida. A Volta ao Algarve vai coincidir com o fim do estado de emergência e com a retoma", frisou, lembrando que o público poderá assistir à passagem da prova nas estradas e ruas, havendo maior condicionamento nas zonas de partidas e chegadas.
 
A prova será transmitida pela Eurosport para cerca de seis dezenas de países e, em Portugal, a transmissão é assegurada pela CMTV.
 
Habitualmente realizada em fevereiro e inicialmente agendada entre 17 a 21 desse mês, a Volta ao Algarve teve de ser adiada para maio, devido à pandemia de covid-19, disputando-se de quarta-feira a 09 de maio.