“A equipa não mudou muito significativamente do ano passado para este. Dito isto, se antes de começar a Volta me metessem um resultado igual ao do ano passado, eu assinava logo à partida. É lógico, nós sonhamos sempre em conseguir algo mais, até porque, mesmo sendo mais ou menos a mesma equipa, este ano conseguimos uma maior regularidade durante toda a época”, destacou Américo Silva à agência Lusa.
Os resultados de 2025 abrem “muito boas perspetivas” para a prova ‘rainha’ do calendário nacional, que começa na quarta-feira, na Maia, e termina em 17 de agosto, em Lisboa, com a equipa algarvia a ambicionar, “pelo menos”, igualar uma edição em que venceu duas etapas, com os argentinos Tomas Contte e Nicolás Tivani.
Este último anunciou, em fevereiro, quando ganhou a classificação da montanha da Volta ao Algarve, a intenção de lutar pela geral da 86.ª edição.
“Sei que ele tem essa ambição e nós, como equipa, iremos acompanhá-la. Se me perguntar se é o meu foco principal para a equipa, não. O meu foco principal vai ser tentar vencer etapas. É o segundo ano em que está a correr em Portugal, é um ciclista bastante ambicioso, e essas palavras foram ditas […] debaixo de um início de época muitíssimo bom, um rendimento muitíssimo bom”, pontuou.
Uma vez que o rápido argentino manteve esse propósito, a sua época foi planeada de “uma forma diferente”, no entanto, como reconhece o diretor desportivo, o seu resultado final estará também dependente de outras circunstâncias, tais como a concorrência das equipas estrangeiras e “fatores que envolvem uma classificação geral”.
“Na geral, temos estado a discutir os 10 primeiros com o [Jesús] Del Pino. Tem-se mostrado um ciclista muito consistente. Nos últimos três anos, fez nos 10 primeiros. Este ano continua a ser, à partida, o ciclista que nós temos para discutir esse top 10”, indicou, lembrando que Tivani não tem “a experiência do que é estar sempre ao mesmo nível durante 11 dias”, nem de subir a Serra da Estrela e a Senhora da Graça com os primeiros.
Embora gostasse de ver “um pelotão mais comprido e mais recheado” nesta edição, o responsável do Aviludo-Louletano-Loulé reconhece estar “muitíssimo” agradado com o percurso.
“Se me perguntar qual é o tipo de etapas de que eu gosto, para a nossa equipa, para os sprinters que temos, é este tipo de etapas. Não são etapas totalmente planas, mas sim etapas de média montanha, com alguma dureza, em que há sempre essa possibilidade de chegarem 15, 20 ciclistas. Aí é onde acho que nos encaixamos melhor e onde as nossas possibilidades de vencer aumentam significativamente”, assumiu.
Instado pela Lusa a apontar quem são os favoritos à vitória final, Silva respondeu que “apontaria para dois ou três, não muitos mais”, começando pelo russo Artem Nych, o vencedor do ano passado, que é um ciclista “bastante adaptado a Portugal” e que “tem sempre resultados muito bons, principalmente na alta montanha e no contrarrelógio, que é onde a Volta se decide”.
“Depois, temos o caso deste ciclista que o Tavira foi buscar já com a época em andamento, o Jesús Peña. Tem, logicamente, uma lacuna, que é não andar nos contrarrelógios. […] Mas, se fizermos a comparação com o ano passado e com outros anos, [este percurso] tem menos quilómetros de contrarrelógio. Isso já o ajuda. Se é suficiente ou não, depois iremos ver. Mas, se estivesse na minha equipa, para mim, já ficava satisfeito com isso”, afirmou.
Aviludo-Louletano-Loulé: Carlos Oyarzún (Chi), Cláudio Leal (Por), David Domínguez (Esp), Jesús del Pino (Esp), Jorge Gálvez (Esp), Nicolás Tivani (Arg) e Tomas Contte (Arg).
Diretor desportivo: Américo Silva.
Lusa