Comportamentos
O que precisa de saber sobre “o poder da palavra”
Desde que o feto é gerado no útero materno que se apercebe dos sons do exterior, pelo que, quando dá o seu primeiro grito de liberdade no mundo, já reconhece a voz da mãe e do ambiente em que a mesma está inserida. Quer isto dizer que, a palavra se assume como algo elementar, mas muito poderoso na vida do ser humano.

 
Só por isso, vale a pena pensar na forma como nos expressamos e naquilo que dizemos às crianças e que lhes pode marcar para a vida em termos positivos ou em termos destrutivos.
 
Pensar no que se diz e na forma como se diz é já o pontapé de saída para mudar de vida, para melhorar as relações com os outros e o encontro connosco próprios. Repare que, uma palavra lhe pode retirar o sono e proporcionar uma agradável noite de descanso…
 
Uma pessoa que seja capaz de conversar connosco sem nos ferir, terá facilmente a nossa amizade. Em oposição, uma pessoa que nos disse algo de desagradável, pode nunca mais ter a nossa confiança.
 
A palavra faz parte da nossa vida, do nosso ser e das relações com os outros. Não é por acaso que se discute com palavras, se discute pela falte de palavra, mas também de empatia, pelo que tudo começa por aí. Perceber se vale a pena gastar as nossas palavras com quem não nos entende, não nos ouve e não nos respeita. Esta é uma forma de afirmação que nos ajuda a proteger das palavras dos outros e a concentrar-nos em pensamentos de maior qualidade para nós mesmos.
 
Muitas vezes, damos muito mais valor a algo que uma pessoa nos disse do que demonstrou com gestos, isto porque estamos sempre, inconscientemente, à procura de um elogio, um ato de carinho, um momento de partilha.
 
A nossa mente pauta-se por palavras que descrevem pensamentos e registos do nosso percurso, pelo que, quanto mais palavras agradáveis fizerem parte da nossa vida, mais felizes seremos.
 
Neste ponto podemos dizer e bem, que não podemos obrigar os outros a nos dizerem palavras agradáveis para que sejamos mais felizes, mas podemos cortar com aquilo que nos é desagradável e, acima de tudo, procurar que os nossos pensamentos sejam cada vez mais revestidos por palavras positivas a nosso respeito.
 
Podemos sempre optar entre pensar em coisas agradáveis a nosso respeito ou usar expressões depreciativas. Pensando bem, que sentido faz darmos um elogio a alguém e dizermos expressões negativas acerca de nós próprios?
 
Provavelmente está na altura de mudarmos de atitude e de passarmos a agir de uma forma mais simples, mais livre e mais feliz.
 
Começar a reduzir os pensamentos negativos acerca de nós mesmos e depois dos outros, abre espaço para que tenhamos mais momentos agradáveis connosco próprios. Além disso, se tivermos bons pensamentos, reproduzimo-los em bons comportamentos e ações, o que quer dizer que nos tornamos melhores pessoas!
 
Consegue-se esse bem-estar, reduzindo o julgamento e a culpa. Cada vez que nos surge um pensamento negativo, temos a obrigação de o reformular. Ao treinarmos a nossa mente para esse estado de mudança, em pouco tempo vamos reunir muitos mais conteúdos positivos do que negativos. Passamos a ver as pessoas de uma forma diferente, porque nos aceitamos e assumimos de forma muito mais serena e agradável.
 
O exercício é simples: é afastar do nosso pensamento aquilo que pode ser negativo e, se persistir, ser assertivo com a mente e dizer que não quer esse tipo de pensamento. Aos poucos, terá uma mente mais “disciplinada” e muito menos propensa a pensamentos negativos e destrutivos.
 
Um segredo é mesmo evitar estar com pessoas que dizem coisas depreciativas a seu respeito ou de outros, pois essas palavras ficam-nos registadas e torna-se mais difícil proceder a esta liberdade que falamos.
 
Tanto quanto o possível, procurar companhias agradáveis e assumir que, efetivamente a palavra nos influencia direta e indiretamente. Se há um momento em que parece que nada nos afeta, há outro em que uma simples palavra parece um punhal afiado. Sabendo disso, deve manter-se afastado de conversas desagradáveis e de conteúdos negativos. Muitos entendidos na matéria, realçam a importância de nos afastarmos do “veneno” dos outros, já que há pessoas que só saem de casa para ferir alguém devido ao seu estado de exaltação interior.
 
Há pessoas que precisam de se libertar dessas tensões interiores e acabam por atingir quem nada tem a ver com o assunto e que fica com o momento comprometido.
 
Há quem sinta prazer em estragar as festas e os momentos de convívio com esse veneno e más palavras, pelo que a solução é simples: é não convidar quem tem esse tipo de pretensão e optar por companhias mais agradáveis.
 
Procure pessoas e locais onde se possa sentir livre e onde goste de estar. Procure pessoas com quem sente prazer em conversar, pois a falta de sintonia também é um impedimento tanto à comunicação como à liberdade e à felicidade.
 
Estar com alguém sempre a tentar modificar o que diz, é demasiado desgastante, tal como ter a mente sempre em alerta para não dizer o que pensa, estraga qualquer momento.
 
Há pessoas que têm o dom da palavra e outras que nos magoam através da palavra e nem damos por isso. Muitos casos de depressão devem-se ao que ouvimos e aceitamos como nosso quando deveríamos ter respondido, ter eliminado esses conteúdos da nossa mente.
 
É fundamental ter em conta que, a amizade e o amor só existem quando a comunicação é positiva e quando se gosta de conversar com a outra pessoa, por isso, faça uma avaliação dos seus momentos, dos seus pensamentos e procure as palavras que melhor se adequam ao seu estado de espírito e personalidade.
 
Tenha coragem para, depois de um dia de trabalho, falar ou ouvir só quem lhe faz bem. Selecione as pessoas, os momentos e as formas de comunicação e descubra uma nova liberdade, uma melhor aceitação pessoal e uma nova fonte de amor!
 
As discussões desgastam e provocam mau-estar, por isso, estabeleça conversas agradáveis, onde se possa assumir tal como é e aproveitar cada momento da sua vida.
 
Em vez de fugir de si mesmo por não suportar aquilo que o rodeia, afaste-se de quem lhe causa esse mau-estar. Procure locais mais sadios para passar os seus tempos livres. Muitas vezes, acaba por estar numa esplanada só a ouvir conversas desagradáveis de quem fala muito alto e para os outros ouvirem. Se quer paz interior, afaste-se desse tipo de locais e opte por ambientes mais serenos e tranquilos.
 
Evite ouvir música muito alta e procure sons mais moderados, pois quando de palavra se trata, há momentos em que esses sons ruidosos nos afetam sem que nos apercebamos.
 
Fazendo uma análise ao seu quotidiano, certamente que vai encontrar muitas palavras que o afetam e que precisam de ser alteradas, bem como muitos registos agradáveis que podem melhorar a sua forma de estar na vida. Aceite este desafio e seja mais feliz com o seu poder de palavra!
 
Fátima Fernandes