Desativada já há algum tempo, a antiga escola da Bordeira, em Aljezur, prepara-se para ganhar nova vida.
Um protocolo assinado entre a Câmara Municipal de Aljezur, a Junta de Freguesia da Bordeira e a Cooperativa Lavrar o Mar, permitiu que se apresentasse uma candidatura ao Programa Bairros Saudáveis, viabilizando não apenas uma intervenção arquitetónica, mas também uma intervenção na comunidade.
De acordo com a autarquia, o plano dividido em duas fases, iniciar-se-á com a recuperação do edifício. É objetivo do projeto reabilitar e dinamizar a memória da antiga escola primária da Aldeia da Bordeira, «transformando o edifício num espaço de encontros, experimentação, troca deconhecimentos e criação artística», explica o Município em comunicado.
O atual projeto insere-se em diversos eixos de ação, nomeadamente na área social, uma vez que pretende, através de iniciativas culturais, combater a exclusão social, formando e capacitando a sua população, mas aprendendo também com esta, através de contactos intergeracionais entre pessoas de diferentes quadrantes, que se farão sentir por via de laboratórios criativos, onde antigos ofícios serão trabalhados artisticamente, resultando em artigos que poderão ser expostos, vendidos ou trocados, gerando oportunidades de emprego local.
O antigo recreio dará lugar a uma horta-jardim. Mais tarde, quando estiver consolidada, os frescos ali cultivados, «podem dar vida a um novo mercado semanal ou mensal, de legumes e frutas». A ideia é criar um novo ponto de interesse. Na sala de aula vai surgir uma biblioteca-roupeiro que tem livros, mas também tem roupas, figurinos e tecidos do quotidiano, «porque há muitas senhoras que gostam de costurar».
Terá uma cozinha comunitária e uma sala de trabalho para ensaios teatrais, sessões de canto, trabalhos complementares, ou atividades da terra, como o «debulhar dos feijões» e ainda um «grande salão de festas que a aldeia precisa e uma black box».
Avança a autarquia que, o projeto também inclui a realização de um filme sobre a história da escola e as memórias dos habitantes.
De referir que este projeto foi apresentado à população numa sessão pública que teve lugar no dia 28 de janeiro, que contou com a presença do presidente da Câmara José Gonçalves bem como do seu executivo, de José Francisco Estêvão, presidente da Junta de Freguesia da Bordeira, da Cooperativa Lavrar o Mar e dos arquitetos Ana Jara, Carlos Gomes e Patrícia Viegas do ateliê Artéria.
A edilidade adianta que, a segunda fase deste projeto «será encarada apenas e após a conclusão desta fase e ter-se-á que estudar formas do seu financiamento bem como a respetiva execução», conclui.