O caso começou hoje a ser julgado em Faro. O ex agente da Polícia Marítima de Tavira disse em tribunal que “não teve alternativa” senão levar a filha.
O homem está acusado de ter sequestrado a filha menor em 2012 no Algarve e, em tribunal argumentou não ter tido "alternativa", depois de a filha lhe ter pedido "ajuda". A menina que também deu o seu testemunho em tribunal, acabou por marcar a sessão desta quarta-feira.
Conta o DN que, Maria Alice, com 10 anos, relatou na primeira sessão do julgamento que durante os dois anos em que esteve na Bélgica com os arguidos, o pai e a avó, saía poucas vezes de casa, teve de cortar o cabelo "à menino" e usar roupa de rapaz e, ainda, que estes começaram a tratá-la por Sara, alegadamente com medo de serem descobertos pela polícia.
Por seu turno, o pai alegou que a filha lhe pediu ajuda e que não a podia entregar à mãe na data acordada aquando da saída para a visita.
O homem que tem estado em prisão preventiva e que começou hoje a ser julgado disse em tribunal que, na sua "cabeça", não tinha outra "alternativa" senão ficar com a menina e não entregá-la à mãe, sobretudo depois de a filha alegadamente lhe ter pedido "ajuda" e de se ter queixado de alguns episódios passados com a progenitora, nomeadamente, ter-se perdido dela numa praia e num parque aquático.
Segundo o DN, o arguido centrou-se muito nos alegados problemas de saúde da menina. Durante a inquirição, Paulo Guiomar disse, ainda, acreditar que a Polícia Judiciária "iria chegar aos factos", tal como ele próprio havia chegado.
A menina relatou a sua vida enquanto viveu com o pai e a avó na Bélgica, sem a presença dos arguidos que, por decisão do coletivo de juízes, foram afastados da sala.
Ainda no seu testemunho publicado no DN, a menor contou que viveu em várias casas na Bélgica, a última das quais na cidade de Liége, onde viria a ser encontrada pelas autoridades no verão passado. Disse ainda que, a avó lhe dava aulas em casa e que sabia falar com os outros meninos, embora "raramente" fosse ao parque, porque aprendeu algumas palavras de francês na televisão.
Paulo Guiomar está acusado pelo Ministério Público dos crimes de sequestro, abandono de funções e de detenção ilegal de arma de fogo.
