A Associação de Freguesias do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina reuniu em assembleia geral, com vista a reforçar a tomada de posição face ao campismo e caravanismo “selvagem” que se pratica em toda aquela zona.
Em nota de imprensa, a entidade reforça o seu empenho e disponibilidade para colaborar com todas as entidades na inclusão de propostas ou ações que visem solucionar a atual situação.
A mesma associação solicita ainda à tutela responsável “a rápida conclusão dos trabalhos relativos a esta matéria e por conseguinte alteração do quadro legal vigente para esta atividade ainda nesta legislatura”.
No mesmo documento, a associação recorda que, nos últimos anos tem-se assistido a um forte crescimento do caravanismo e campismo sem regras na área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, cenário que tomou proporções de descontrolo no ano passado.
A entidade aventou que se tornou habitual assistir a caravanas ou furgões transformadas em caravanas estacionados junto a falésias, tendas em cima de dunas ou estacionamentos para utentes das praias transformados em verdadeiras áreas de serviço.
Simultaneamente “junto a estes locais é frequente verem-se verdadeiras casas de banho a céu aberto, uma vez que muitos destes veículos não possui sanitários, e ainda à proliferação de lixo junto a trilhos, restos de fogueiras entre outros”.
A associação reconhece que os autarcas “têm alertado as autoridades para o descontrolo e para as proporções que este cenário tomou nos últimos anos, sem haver soluções aparentes, motivo pelo qual reforçamos as nossas preocupações e reivindicações junto das entidades responsáveis pela gestão e ordenamento do território”.
Recentemente as Assembleias de Freguesia de Porto Covo, Vila Nova de Milfontes, Odeceixe, Bordeira e Sagres, as Assembleias Municipais de Aljezur e Vila do Bispo tomaram posições que visam sobretudo “a regulamentação e diligência das autoridades competentes para a resolução deste problema”.
Além dos alertas dos autarcas, a mesma nota de imprensa salienta que desde 2016 que a Associação de Parques de Campismo do Alentejo e Algarve tenta desenvolver trabalho junto da tutela, no qual inclui propostas de melhorias na regulamentação da atividade, mas “sem conclusões ou avanços que resolvam definitivamente um problema que tende a agravar-se e que é potencialmente gerador de conflitos em áreas com maior pressão”.
Por estes motivos, a associação adverte que é “indispensável” haver uma fiscalização mais eficaz especialmente em zonas sensíveis como a do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, sendo necessário dar instrumentos para que quem fiscaliza o faça de forma “eficaz”, exigindo uma rápida alteração à lei, de modo a permitir que as autoridades possam aplicar multas (pagas na hora) àqueles que estejam em infração “e se abandone de vez o levantamento de autos inconsequentes que não passam de meros atos burocráticos”.