Em 2016 a autarquia de Silves situava-se entre os 15 municípios do país com mais desperdício de água.
Com base nos dados da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos), divulgados pela DECO, dando conta de que, em 2016, a autarquia de Silves se situava entre os 15 municípios do país com mais desperdício de água, o Algarve Primeiro falou com Rosa Palma sobre este assunto, com vista a saber o que tem sido feito para contrariar estes resultados.
A autarca que confirmou ter conhecimento desses dados, disse que o Município «tem vindo a fazer um grande esforço financeiro no sentido de reduzir o problema».
Rosa Palma recordou que quando chegou à Câmara, «tivemos de proceder ao reequilíbrio financeiro, uma vez que a autarquia atravessava vários problemas nesse sentido, e não podemos dar a resposta necessária como desejávamos, até porque tivemos de pagar dívidas ligadas ao processo “Viga D´Ouro”, do anterior executivo, o que nos dificultou o trabalho em termos de investimento, no entanto, posso dizer que essa lacuna tem sido compensada com as medidas que temos levado a cabo».
A Presidente da Câmara de Silves, referenciou que, «grande parte dos investimentos que temos feito vão no sentido de reduzir as perdas de água, pelo que temos apostado na renovação das infraestruturas de saneamento um pouco por todo o concelho, mas ainda há muito por fazer».
Outro objetivo tem passado por levar água canalizada e saneamento às populações, «onde isso ainda não era uma realidade». Como exemplo a responsável autárquica adiantou que recentemente ficaram concluídas as intervenções nos sítios do Benaciate e Lavajo, na freguesia de São Bartolomeu de Messines, servindo uma população na ordem das 450 pessoas, num investimento superior a 870 mil euros, com o apoio de fundos comunitários.
Sobre este investimento Rosa Palma apontou que se trata de um exemplo que demonstra a aposta que o Município tem feito nesta área, «mesmo nas localidades onde a população é pouco numerosa, não faz qualquer sentido que, em pleno séc. XXI, existam pessoas no concelho sem acesso a água canalizada, algo tão básico».
Com o investimento que tem sido feito, a edil afirmou que os dados de 2018, relativos às perdas de água, já não são os mesmos de 2016.
Rosa Palma anotou que o executivo, através da ERSAR, propôs-se cumprir diversas metas, no sentido de reduzir significativamente essas perdas. A autarca recordou que, «o setor estava praticamente ao abandono quando chegámos à Câmara, razão pela qual tivemos de organizar as nossas contas e depois começar a trabalhar mais ativamente nesse sentido».
A autarca disse ainda ao nosso jornal que, «está para muito breve a concretização de mais uma grande obra orçada em 2.8 milhões de euros para Armação de Pêra com vista a atuar precisamente nesse âmbito».
Esta verba será canalizada para toda a requalificação da baixa de Armação de Pêra, «onde existem graves problemas tanto com águas pluviais, como de saneamento e distribuição. O projeto ainda não está concluído porque nos deparámos com problemas que não eram conhecidos e que envolvem mais complexidade, por isso, tivemos de recorrer à empresa especializada Hidra, que nos está a ajudar nesse sentido», assegurou.