Sociedade

CHA:PCP diz que há médicos a trabalhar 70 horas semanais para impedir colapso da urgência

 
O Grupo Parlamentar do PCP diz que o Centro Hospitalar do Algarve vive uma situação crítica de falta de médicos anestesistas.

 
Para os parlamentares alguns médicos estão a trabalhar 70 horas semanais para impedir o colapso da urgência e assegurar a atividade programada. Outros, com idade superior a 55 anos, continuam a fazer urgências, apesar da lei os eximir dessa função. Só a dedicação destes especialistas tem impedido que a situação se torne ainda mais crítica.
 
A falta de anestesistas tem levado à redução drástica do número de cirurgias em várias especialidades, implicando a transferência de cirurgias para hospitais privados. O Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve afirmou à comunicação social que as cirurgias transferidas representarão cerca de 23% do total, embora outras fontes indiquem 40%. Estas cirurgias realizadas em hospitais privados terão custado ao Centro Hospitalar do Algarve, em 2015, cerca de 4 milhões de euros.
 
Recentemente, numa deslocação ao Algarve, o Secretário de Estado da Saúde afirmou que estava a ser equacionada a possibilidade de equipas de cirurgiões e anestesistas de outras zonas do país poderem vir ao Algarve, em determinados dias da semana, para realizar intervenções cirúrgicas programadas. Este membro do Governo anunciou ainda abertura de concursos para as especialidades mais carenciadas, incluindo anestesia, e a criação de incentivos para atrair e fixar médicos.
 
Assim, o Grupo Parlamentar do PCP, por intermédio dos deputados Paulo Sá (eleito pelo Algarve) e Carla Cruz, questionou o Ministro do Saúde sobre o número de anestesistas em falta no Centro Hospitalar do Algarve; sobre o número de cirurgias realizadas, em 2015, no Centro Hospitalar do Algarve; o número de cirurgias transferidas, em 2015,  do Centro Hospitalar do Algarve para hospitais privados da região; o montante pago pelo Centro Hospitalar do Algarve aos hospitais privados pelas cirurgias transferidas; a possibilidade de equipas de cirurgiões e anestesistas de outras zonas do país poderem vir ao Algarve, em determinados dias da semana, para realizar intervenções cirúrgicas programadas; a data prevista para a entrada em vigor desta medida e a percentagem de cirurgias que essas equipas realizarão relativamente ao total de cirurgias do Centro Hospitalar do Algarve bem como a contratação dos médicos anestesistas em falta no Centro Hospitalar do Algarve e os incentivos que serão criados para atrair e fixar esses médicos.