A Câmara de Loulé distinguiu na passada quinta-feira, Dia do Município, um conjunto de personalidades que se destacaram no seu percurso profissional e social, numa iniciativa que acontece desde 1993.
A cerimónia solene dos agraciados, que decorreu no Cineteatro Louletano, atribuiu a Medalha de Honra aos profissionais de saúde do concelho, num ano marcado pela pandemia. Foram mais de três centenas os profissionais de saúde (centros de saúde, hospitais públicos e privados, clínicas, laboratórios e Drive-Thru), que foram homenageados.
Para receber a medalha subiram ao palco os delegados de saúde de Loulé, Hermenegilda Domingos e Armindo Queza, que fizeram questão de agradecer o envolvimento do município. “Não era possível fazermos o que fizemos sem o auxílio da Câmara, conjuntamente com o INEM, forças de segurança e proteção civil. Não estive sozinha, nem os meus colegas, a autarquia ajudou desde o primeiro momento. Se houvesse medalhas para atribuir a câmaras, esta seria a primeira a receber”, frisou Hermenegilda Domingos.
Já o autarca Vítor Aleixo relembrou o “perigo diário a que estiveram sujeitos durante meses a fio, muitos deles separados da família, em jornadas de trabalho longas e exaustivas”. “Estes profissionais bem podem ser considerados, com toda a justiça, os heróis dos tempos que passam. De facto, lidar diariamente com o desconhecido, em condições de segurança precárias, para cuidar e salvar outros seres humanos, como assistimos nos nossos lares de idosos por todo o concelho, merece o nosso maior respeito e admiração” observou.
O edil ressalvou que poucas vezes ao longo da história dos agraciados, foi atribuído o mais alto grau das Medalhas – Honra –, tendo sido concedida apenas a figuras cimeiras do país como é o caso dos antigos Presidentes da República Mendes Cabeçadas, Mário Soares e Cavaco Silva, do antigo Ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, da escritora Lídia Jorge, e do poeta popular António Aleixo.
O responsável relembrou ainda o recente desaparecimento do ex-vereador João Martins, vítima da COVID-19. “Permitam-me aqui evocar a memória da perda de um cidadão amigo, figura conhecida que durante anos serviu a causa pública com total entrega e generosidade. João Martins, homem de convicções fortes e de ações bondosas que a tantos serviram, partiu, mas o seu exemplo continuará a inspirar-nos e a seu tempo o Município prestar-lhe-á as devidas honras”, disse Vítor Aleixo.
Na mesma cerimónia, a medalha de Ouro foi entregue a João Miguel, Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, que tem desempenhado os mais altos cargos da magistratura ao nível nacional e internacional; aos músicos Dino D´Santiago, e Mário Laginha, e ao médico João Barros Madeira – a título póstumo – desaparecido este ano.
A Medalha de Mérito – Grau Prata foi atribuída a título póstumo, a três louletanos: Joaquim Guerreiro, antigo vereador da Câmara de Loulé, mentor de eventos como o Festival MED e a Noite Branca, impulsionador também de iniciativas na área do desporto como a candidatura “Loulé Cidade Europeia do Desporto 2015” ou a Gala do Desporto do Concelho de Loulé; Luís Guerreiro, que exerceu o cargo de dirigente na autarquia nas áreas da cultura, comunicação ou turismo, investigador da História local e regional, presidente da Fundação Manuel Viegas Guerreiro de Querença, a sua terra natal, e que colaborou ativamente em diversos projetos culturais do Algarve; e Hermes Alberto, que na qualidade de presidente da ASCA, desenvolveu um vasto trabalho social cultural e artístico na instituição de solidariedade social almancilense.
Receberam ainda a distinção de Prata o jogador internacional português de futebol de praia, Rui Coimbra; o antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Loulé, Manuel Filipe Semião; Henrique Fantasia, fundador da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime; e Mário Venda, também ele um dos fundadores da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime, instituição da qual foi provedor.
Finalmente, a Medalha de Mérito – Grau Bronze foi atribuída a Maria Cremilde Lourenço, uma das artesãs que integra o coletivo da Casa da Empreita; e a Valentim Filipe, o músico de Boliqueime, impulsionador do Fado no Algarve, criador de vários concursos e galas dedicadas a este género musical e mentor de projetos como o grupo “Al-Mouraria” ou “Amália Sempre”.