Sociedade

Monchique descobre riqueza arqueológica escondida nas cinzas

Decorrido o incêndio de agosto do ano passado, o sistema de informação e gestão arqueológica da Direção-Geral do Património Cultural identificou no concelho de Monchique quarenta sítios arqueológicos em vários pontos da localidade.

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Segundo informou a autarquia em nota enviada à comunicação social, estes achados foram, na sua maioria, registados entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade da centúria seguinte e concentram-se na vertente voltada a sul do afloramento sienítico da Picota.
 
Nesta área foram encontradas, entre outros vestígios, mais de setenta sepulturas que testemunham a ocupação deste território ao longo de milénios, por diferentes povos e em distintos momentos civilizacionais.
 
Na envolvência do vale da ribeira do Banho, foram identificadas extensas áreas territoriais onde foram identificados e escavados monumentos arqueológicos.
 
A mesma fonte aventa que, “após décadas de ocultação vários monumentos sepulcrais ficaram novamente visíveis, abrindo-se assim uma janela de oportunidade para se proceder à relocalização e análise desses vestígios do nosso passado comum”.
 
Desta forma, o mesmo sistema de informação e gestão arqueológica conseguiu identificar, na envolvência das Caldas de Monchique, a maioria dos monumentos funerários que foram escavados entre 1937 e 1949. 
 
Por exemplo, das dezasseis sepulturas neolíticas registadas na necrópole de Palmeira foram relocalizadas quinze, também se encontraram as sete sepulturas da necrópole do Esgravatadouro e as três da necrópole da Eira Cavada. 
 
No decurso dos trabalhos de campo procedeu-se também à identificação de estruturas arqueológicas inéditas, por exemplo no Cerro do Oiro e na necrópole pré-histórica de Belle France. 
 
Relativamente ao Sítio Arqueológico do Cerro do Castelo de Alferce, destaca-se o facto de se ter apurado o local de entrada para o recinto fortificado, tendo-se identificado segmentos não registados da muralha que define a extensão máxima do arqueossítio – facto que possibilitou calcular uma área intramuros com aproximadamente 9,5 hectares. 
 
O Município indica que se têm igualmente identificado vestígios patrimoniais mais recentes, por exemplo as ruínas do Eremitério de Nossa Senhora do Carmo, na Picota, assim como moinhos de vento e de água que estavam camuflados pela vegetação que cresceu de forma descontrolada durante as últimas décadas. 
 
A prossecução destas pesquisas visa essencialmente, facilitar a elaboração da futura Carta de Património Cultural do Concelho de Monchique, a realização de ações de investigação, de salvaguarda e de valorização patrimonial, bem como a preparação de materiais informativos sobre o diversificado património cultural do concelho de Monchique.