Sociedade

Nasceu uma Horta Urbana Solidária na açoteia do Mercado Municipal de Faro

 
 
 
Rogério Bacalhau - Presidente da CMF, Sandra Ramos - Presidente da Ambifaro e Jorge Leitão - Presidente da AAPACDM
Rogério Bacalhau - Presidente da CMF, Sandra Ramos - Presidente da Ambifaro e Jorge Leitão - Presidente da AAPACDM  
 
Rogério Bacalhau com Humberto Teixeira - Diretor Geral da Hubel
Rogério Bacalhau com Humberto Teixeira - Diretor Geral da Hubel  
Trata-se de um projeto de colaboração entre o Município de Faro, a Ambifaro e a AAPACDM - Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais, com a parceria da Universidade do Algarve e do Grupo Hubel.

 
No fundo este projeto tem em vista criar um espaço de produção agrícola em plena malha urbana da cidade, cujo aspeto inovador passa por se tratar de uma horta, "criada" na açoteia do Mercado Municipal.
 
Sendo Faro, uma cidade "amiga" das açoteias, este projeto visa aproveitar o espaço de forma sustentável.
 
A horta que será gerida pela AAPACDM, terá um elemento que todos os dias irá cuidar das culturas, além de ser um espaço formativo, promovendo a inclusão social e a capacitação ativa de pessoas que se encontram fora do sistema de ensino e formação profissional ou desempregados de longa duração.
 
As colheitas da Horta Urbana Solidária irão igualmente servir para minorar situações de carência, identificadas no âmbito da rede social do município a que se acrescenta a componente de educação ambiental, com visitas abertas às escolas a ao público em geral.
 
Jorge Leitão - Presidente da Direção da Associação Algarvia de Pais e Amigos de Crianças Diminuídas Mentais, sentiu-se grato pela atenção da Autarquia e da Ambifaro, em terem contactado a AAPACDM para este projeto, cuja finalidade é dar uma saída profissional aos jovens que frequentam a associação, através de um curso de jardinagem, onde terão formação nesta área das plantações e culturas na Horta Urbana Solidária.
 
O responsável frisou ainda, que o resultado dessas plantações será revertido em parte para a associação, numa vertente pedagógica, mas também no âmbito do "Restaurante Pedagógico", uma outra vertente «através da qual preparamos pessoas para os cursos técnicos de restauração e serviço de mesa, permitindo-lhes encarar a vida de uma outra forma, alegre e feliz».
 
Sandra Ramos - Presidente da empresa municipal Ambifaro, disse tratar-se de uma das maiores hortas urbanas da Europa, que também terá uma componente educativa «na medida em que a partir de Setembro, todas as escolas do concelho virão ao Mercado Municipal, de forma a incentivar os alunos para a importância dos legumes e da fruta na alimentação, porque há muitas crianças que não sabem as origens dos legumes, por exemplo».
 
Rogério Bacalhau, Presidente da Câmara Municipal de Faro, referiu que este projeto além de ser importante para as novas gerações, também o é, para os adultos, «porque sabemos que há muito adultos, em que eu também me insiro, que não sabem identificar algumas das culturas plantadas, e esse é um dos objetivos da Horta Urbana, informar e explicar a origem dos alimentos, trazer cá as famílias para que em conjunto, aprendam um pouco mais sobre esta questão».
 
O autarca apontou ainda para a importância das pessoas saberem o percurso dos alimentos até chegarem à prateleira dos supermercados, «este espaço está ligado ao Mercado, as pessoas podem fazer as suas compras e passar pela Horta Urbana, num terraço que estava sem nenhuma utilidade e que agora está aberto a todos».
 
Na mesma comunicação o edil disse que é preciso refletir sobre o que se consome hoje em dia, «esta questão da alimentação é algo assustador; há restaurantes em Faro que gastam por semana 1 tonelada de batatas, a questão da alimentação é algo que tem uma dimensão enorme, posso dizer que antigamente havia as frutas e os legumes da época, hoje esses produtos estão praticamente expostos durante todo o ano nos supermercados e o planeta sabemos nós, não está capacitado para tanta produção em permanência».
 
Rogério Bacalhau salientou que os recursos são limitados e que tem de haver uma melhor compreensão de toda esta dinâmica para que se torne sustentável.
 
A título de exemplo o responsável autárquico, disse que todos os dias a empresa Fagar recolhe entre 100 a 120 toneladas de lixo na cidade de Faro, uma média de 2,4 kg de lixo orgânico por habitante, «dados importantes para termos consciência daquilo que andamos a fazer ao planeta, daquilo que produzimos e o que é necessário fazer para preservar o meio ambiente que é de todos», advertiu.