A Odisseia Nacional do D. Maria II está a percorrer o país desde janeiro, altura em que o teatro encerrou para obras. Depois de ter passado pelas regiões Norte e Centro do país, no primeiro e segundo trimestre do ano, respetivamente, pelos Açores em julho e pela Madeira em setembro, o teatro chega agora ao Sul do país, com uma programação que se desenrola em 24 concelhos do Alentejo e do Algarve, entre outubro e dezembro.
Ao longo de três meses, o Alentejo e o Algarve serão palco para a apresentação de 9 espetáculos (4 deles, em estreia nacional), 11 projetos de participação, desenvolvidos com as comunidades de 16 concelhos, espetáculos para escolas, laboratórios teatrais e atividades para todos os níveis de ensino, um programa de formação gratuita destinado a artistas e a profissionais da cultura e ainda um evento de pensamento (Cenários Futuros), que decorrerá em Loulé a 15 e 16 de dezembro e onde se pretende projetar novos caminhos para a cultura nacional.
Dos espetáculos em digressão neste último trimestre do ano, dois têm estreia absoluta agendada para o Alentejo e dois no Algarve: Batalha, uma encenação de João de Brito, da companhia algarvia LAMA Teatro, a partir de um texto original de Sandro William Junqueira, tem estreia marcada para Faro, no dia 3 de novembro. A apresentação do espetáculo será precedida do lançamento do livro com o texto original, que integra a coleção Textos de Teatro do TNDM II / Bicho-do-Mato. Esta é a terceira coprodução que o D. Maria II realiza este ano com companhias artísticas fora do eixo Porto-Lisboa, depois de ter trabalhado com o Teatro da Didascália no primeiro trimestre do ano e com a companhia Terceira Pessoa no segundo trimestre.
No final do ano, a 15 de dezembro, Loulé recebe a estreia nacional de La vie invisible, um espetáculo da encenadora francesa Lorraine de Sagazan, com texto de Guillaume Poix, escrito a partir de testemunhos de pessoas cegas e deficientes visuais. No dia anterior, é lançado o livro com a tradução portuguesa deste texto dramatúrgico, numa edição TNDM II / Bicho-do-Mato (coleção Textos de Teatro).
Para além destas estreias, estarão ainda a viajar pelo Alentejo e pelo Algarve: descobri-quê?, uma criação de Cátia Pinheiro, Dori Nigro e José Nunes; Ainda Marianas, de Catarina Rôlo Salgueiro e Leonor Buescu / Os Possessos, a partir de Novas Cartas Portuguesas, de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria João Velho da Costa, e do seu julgamento (uma criação integrada na Rede Eunice Ageas, uma iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II e do Grupo Ageas Portugal); Nau Nau Maria, com criação e direção de Alice Azevedo e integrado no projeto Próxima Cena, uma iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II, do BPI e da Fundação ”la Caixa”; O Misantropo – por Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares a partir Molière, com encenação de Mónica Garnel; e ainda Viagem por mim terra, um projeto de escrita desenvolvido pelo dramaturgo moçambicano Venâncio Calisto e que contará com duas leituras encenadas no Sul do país.
Ao todo, a Odisseia Nacional do Teatro Nacional D. Maria passa em mais de 90 concelhos do país ao longo do ano, com centenas de propostas agrupadas em cinco programas: Peças: composto por espetáculos, projetos de criação e lançamentos de livros. Atos: composto por 43 projetos de participação (divididos em três grandes eixos temáticos: Paisagem, Património e Pessoas), desenvolvidos por 16 estruturas artísticas, que pretendem valorizar o tecido cultural nacional e promover práticas cívicas junto das comunidades. Frutos: programa dedicado ao universo escolar, composto por quatro projetos estratégicos e complementares, dirigidos a todos os ciclos de ensino. Cenários: evento de pensamento que reflete sobre o percurso da Odisseia Nacional e evidencia o trabalho regional, com um olhar agregador sobre a respetiva região, que tem lugar no final de cada trimestre. Nexos: programa constituído por ciclos de formação e capacitação, que colocam as competências técnicas e de gestão do D. Maria II ao serviço de equipamentos parceiros da Odisseia Nacional e da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses. E ainda a exposição Quem és tu? – Um teatro nacional a olhar para o país, com curadoria de Tiago Bartolomeu Costa e desenvolvida em parceria com a comissão comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril e o Museu Nacional do Teatro e da Dança.