Sociedade

Seis arguidos acusados pelo Ministério Público por burla que rendeu mais de 800 mil euros

 
O Ministério Público do DIAP de Faro deduziu acusação contra seis arguidos pela prática de crimes de burla qualificada, abuso de confiança agravado, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

 
Os dois principais arguidos são sócios de uma firma de advogados sedeada no Algarve, que foi também acusada no processo, informou hoje comunicado do Ministério Público.
 
De acordo com a acusação, "o casal de advogados apropriou-se de elevadas quantias monetárias que lhe eram entregues por clientes no âmbito de negócios imobiliários ou para pagamento de dívidas que os seus constituintes tinham à segurança social e em processo de execução, pelo que com esse dinheiro, e sem o consentimento dos ofendidos, todos de nacionalidade estrangeira, os arguidos pagaram despesas pessoais e das suas próprias empresas", descreve o mesmo comunicado.
 
Ainda segundo a acusação, alguns dos arguidos, em articulação com outros, designadamente com o casal de advogados, "fizeram-se passar por angariadores imobiliários de grande dimensão e conseguiram que o dono de um empreendimento turístico algarvio, na expetativa de um negócio, lhes entregasse várias quantias monetárias bem como a propriedade de um apartamento. Para convencerem a vítima alegaram que o conhecido grupo chinês “Fosun” estava interessado no negócio, chegando mesmo a forjar uma carta alegadamente desse grupo".
 
O Ministério Público adianta que alguns dos arguidos utilizaram "movimentos bancários entre várias contas para dissimular a proveniência dos montantes e o seu benefício ilegítimo".
 
Os factos ocorreram entre 2009 e 2017 e os arguidos terão obtido benefícios de valor superior a 800 mil euros.
 
O inquérito foi dirigido pela 2ª secção de Faro do DIAP, com o apoio da Polícia Judiciária.